30/08/2020

Cenas inesquecíveis 08 - O adolescente que matou um gigante

 


1 Samuel 17. 48 a 51 “Quando o filisteu começou a vir na direção de Davi, este correu depressa na direção da linha de batalha para enfrentá-lo. Retirando uma pedra de seu alforje ele a arremessou com a atiradeira e atingiu o filisteu na testa, de tal modo que ela ficou encravada, e ele caiu com o rosto no chão. Assim Davi venceu o filisteu com uma atiradeira e uma pedra; sem espada na mão ele derrubou o filisteu e o matou. Davi correu e se pôs de pé sobre ele; e desembainhando a espada do filisteu acabou de matá-lo, cortando-lhe a cabeça com ela. Quando os filisteus viram que seu guerreiro estava morto, recuaram e fugiram”.

Matar um leão por dia

“Matar um leão por dia” é frase bastante comum na boca do brasileiro. São tantos os problemas em casa, com os filhos, no trabalho, na escola dos filhos, com o patrão, com o colega de trabalho, além disso, a crise e tão brava e a falta de dinheiro é tão grande, que as pessoas acabam endividadas, sem ter como produzir e sem saber por onde começar a resolver todos os seus problemas de ordem pessoal, profissional e até de saúde. Como não adianta pensar em todos os problemas ao mesmo tempo, porque não se vai conseguir resolvê-los de imediato nem no atacado, então a pessoa se põe a fazer uma coisa de cada vez; ou seja: “matar um leão por dia”, fazer todo o que for possível para resolver cada problema a cada dia, já que não se conseguirá resolvê-los todos de uma vez e num dia só. Assim é a vida de muitos brasileiros: Matar um leão por dia.

Gigantes lá fora e gigantes aqui dentro

Além desses problemas gigantescos, que nos desafiam e nos humilham todos os dias, há os monstruosos gigantes do pecado que dilaceram a alma e o coração de todos nós na medida em que matamos um leão por dia. Quer ver? Quem de vocês que me ouvem não enfrenta algum ou alguns dos gigantes que Paulo chamou de obras da carne? Observe o duelo de gigantes que, enquanto crentes, nós travamos dentro de nós todos os dias e a todo instante:

Gálatas 5.17 a 21 “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam. Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei. Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus”.

Gente, assim é a vida: Lá fora, na correria, há gigantes poderosos para serem derrotados, matamos um leão por dia; enquanto aqui dentro, no coração, há gigantes monstruosos para serem destruídos, a mortificação das obras da carne. A vida de quem quer viver piedosamente é um duelo contra gigantes: Gigantes lá fora e gigantes aqui dentro.

Gigante Desespero

John Bunyan, em “O Peregrino”, a alegoria que ele escreveu sobre a vida cristã, resume-os a um só: Gigante Desespero. No capítulo 16 do livro, Bunyan conta sobre a experiência de Cristão e Esperança, mantidos presos pelo gigante Desespero em seu castelo da dúvida. Lá, eles são surrados pelo gigante, o gigante os aconselha a se suicidarem, Cristão entra em desespero, Esperança o conforta trazendo-lhe palavras de esperança à memória, o gigante, em contrapartida, ameaça fazê-los em pedaços, até que, finalmente, Cristão saca do peito uma chave chamada promessa que destranca todas as portas para fora do castelo da dúvida. Vale a pena ler para vocês a conclusão do capítulo 16, quando Cristão e Esperança já estão, finalmente, libertos:

“Os dois seguiram e chegaram novamente à estrada do Rei; assim, ficaram a salvo, porque estavam fora da jurisdição do gigante. Ora, quando atravessaram os degraus, começaram a planejar o que fariam naquele lugar dos degraus, para impedir de caírem nas mãos do gigante Desespero os peregrinos que viessem depois deles. Concordaram em levantar ali um pilar e gravar em um de seus lados esta sentença: Do outro lado desses degraus está o caminho que conduz ao Castelo da Dúvida, guardado pelo gigante Desespero, que despreza o Rei do País Celestial e busca destruir seus santos peregrinos. Muitos, pois, que passaram por ali depois, leram o que estava escrito e escaparam do perigo. Feito isso, eles cantaram: “Saímos do caminho e, então, descobrimos. O que significa caminhar por terras proibidas. E quem vier atrás tenha muito cuidado; Para que, por descuido, não sofra como nós. Para que, por transgressão, Não se tomem prisioneiros. No castelo da dúvida, cujo dono é o gigante Desespero”.

O adolescente que matou um gigante

Gigantes impedem o progresso dos cristãos no propósito para o qual Deus nos chamou. Eles nos roubam da alegria no Senhor e nos aprisionam com dúvidas e sofrimentos desesperadores. Então, como nós podemos matar esses gigantes para que possamos prosseguir em liberdade, vitoriosos e alegres no serviço do Senhor? A resposta a esta pergunta nos traz à cena memorável de hoje à noite: A conhecida história de Davi e Golias.

1 - O cenário da batalha. Gigantes não respeitam os nossos momentos. Eles surgem no tempo deles, segundo as agendas deles. Muitas vezes eles aparecem como resultado de uma sucessão de erros pessoais. Veja o caso de Israel, por exemplo: A nação vivia um novo sistema político, a monarquia; o rei era uma realidade nova para todos, algo que eles ainda estavam assimilando. Sem falar que Saul ainda não apresentava capacidade plena de liderança e parece que ele nunca atingiria tal patamar. Afinal, desde a sua unção como rei, até o momento do ataque de Golias, nós podemos observamos inúmeros erros de liderança por ele cometidos. Todos fruto de um caráter não preparado para liderar. Eram muitos os problemas que Saul enfrentava ao mesmo tempo: Nações de todos os lados que precisavam ser vencidas (1 Samuel 14.47 e 48). Por causa de falta de fé e de desobediência, Saul foi rejeitado por Deus e começou a atravessar crises pessoais e políticas profundas: Davi já havia sido ungido rei em seu lugar e o juízo de Deus, através de um espírito maligno, o atormentava (1 Samuel 16.1 a 23). Fora isso, os Filisteus intensificam os seus ataques, arrastando Israel para próximo de seu território, no vale:

1 Samuel 17.1 a 3 e 19 “Os filisteus reuniram seu exército para a batalha e acamparam em Efes-Damim, entre Socó, em Judá, e Azeca. Em resposta, Saul reuniu as tropas israelitas perto do vale de Elá. Assim, os filisteus e os israelitas ficaram frente a frente, em colinas opostas, com o vale entre eles”; “Os irmãos de Davi estavam com Saul e o exército israelita no vale de Elá, lutando contra os filisteus”.

O cenário de nossas batalhas continua sendo o mesmo: Os gigantes não respeitam a fragilidade dos momentos que estamos vivendo; não consideram a quantidade de problemas que já estamos enfrentando; não se compadecem das crises que estamos atravessando; não travam suas batalhas conosco em terreno seguro para nós; antes, eles se aproveitam de nossa insegurança e instabilidade; de nossas fraquezas e do acumulo de nossas responsabilidades; eles se alimentam de nossos erros e dos nossos fracassos; eles se alegram em nos arrastar para os vales. É sempre assim, os gigantes aparecem e se aproveitam dos nossos piores momentos: quando já estamos fragilizados, sobrecarregados, feridos, despreparados… os gigantes chegam e nos arrastam para os vales. Como são esses gigantes? Do que eles são capazes?

2 - O caráter do gigante. Os gigantes são cruéis, eles estão a serviço do inimigo de nossas almas, afinal, “nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais” (Efésios 6.12). Assim é que os gigantes veem para nos matar, roubar-nos e nos destruir. Afinal, como eles são?

A - Eles impressionam com força e arsenal de guerra. 1 Samuel 17.4 a 7 “Então Golias, um guerreiro filisteu de Gate, saiu das fileiras do exército filisteu. Ele tinha 2,90 metros de altura, usava um capacete de bronze e vestia uma couraça de escamas de bronze que pesava 60 quilos. Também usava caneleiras de bronze e carregava no ombro um dardo de bronze. A haste de sua lança era pesada e grossa, como o eixo de um tear, e a ponta de ferro da lança pesava cerca de sete quilos. Seu escudeiro caminhava à frente dele”.

Problemas nunca chegam pequenos: São sempre poderosos e bem acompanhados.

B - Eles intimidam com insultos e pela reputação. 1 Samuel 17.8 a 11 e 24 e 25 “Golias parou e gritou para as tropas israelitas: “Por que saíram todos para lutar? Eu sou filisteu, e vocês são servos de Saul. Escolham um homem para vir aqui e lutar comigo! Se ele me matar, seremos seus escravos. Mas, se eu o matar, vocês serão nossos escravos! Desafio hoje os exércitos de Israel. Mandem um homem para lutar comigo! Quando Saul e os israelitas ouviram isso, ficaram aterrorizados e muito abalados”; “Quando os israelitas viram Golias, começaram a fugir, apavorados. Vocês viram aquele homem?”, perguntavam uns aos outros. “Ele sai todos os dias para desafiar Israel. O rei ofereceu uma grande recompensa para quem o matar. Dará uma de suas filhas como esposa e isentará toda a família dele de pagar impostos”!

Os gigantes que nos atacam, agem para nos intimidar com seus insultos e reputação cruel. Sua imagem não sai de nossa mente; seus insultos não se calam em nossos corações; eles intimidam e paralisam.

C - Eles persistem e insistem sem cansar. 1 Samuel 17.16 “Durante quarenta dias, pela manhã e à tarde, o guerreiro filisteu se apresentava diante do exército israelita e o desafiava”.

Os ataques dos gigantes, assim como Golias, são insistentes, “pela manhã e à tarde” e persistentes “durante quarenta dias”. A insistência e a persistência dos gigantes que nos atacam levam muitos ao desespero: O medo que não vai embora; angustia que não some; a tristeza que não sai do coração; a tentação que não da trégua; a perda que não é substituída; a situação que não melhora; o consolo que não chega; a mudança que não ocorre; a espera que não chega ao fim; a solidão que não é preenchida; o erro que não é reparado; a enfermidade que não sara; o desafio que não é vencido; hábito pecaminoso que não é derrotado entra dia e sai dia, entra mês e sai mês, entra ano e sai ano, e as coisas parecem nunca melhorar; elas, aliás, parecem piorar. Há casos em que chega a ser desesperador. Ouça o que Cristão, prisioneiro no castelo da dúvida e surrado pelo gigante Desespero, disse ao companheiro Esperança:

“Irmão, o que faremos? A vida que desfrutamos no momento é horrível! De minha parte, não sei se é melhor viver ou morrer logo. Minha alma escolhe antes o estrangulamento do que a vida, e o túmulo seria mais confortável para mim do que essa masmorra! Seremos governados pelo gigante? (A história continua e). À tardinha, o gigante desceu novamente à masmorra, para ver se seus prisioneiros haviam aceitado seu conselho [de se suicidarem]. Mas, quando lá chegou, estavam vivos, meramente vivos. Porque agora, por falta de pão e água e por causa dos ferimentos da surra, podiam apenas respirar. Mas, como disse, achou-os vivos. Diante disso, caiu em um acesso de raiva e disse que, visto terem desobedecido seu conselho, seria melhor não haverem nascido. Ao ouvirem essas palavras, tremeram grandemente, e acho que Cristão teve um desmaio. Porém, voltando a si, recomeçaram seu diálogo sobre o conselho do gigante: se era melhor segui-lo ou não. Ora, Cristão novamente pareceu a favor, mas Esperança apresentou sua segunda resposta”.

Os gigantes persistem e insistem, mas nunca se cansam de nos atacar. Vence os que têm esperança nas promessas de Deus.

D - Eles insultam os guerreiros de Deus. Além de insuflar medo no coração dos soldados de Israel (versículos 11, 24), Golias despreza a capacidade de Davi, desdenha de suas armas e descreve o que almejava fazer com ele. Veja como o gigante é atrevido:

1 Samuel 17.41 a 44 “Golias, com seu escudeiro à frente, caminhava em direção a Davi, rindo com desprezo do belo jovem ruivo. Gritou para Davi: Por acaso sou um cão para que você venha a mim com um pedaço de pau? E amaldiçoou Davi em nome de seus deuses. Venha cá, e darei sua carne às aves e aos animais selvagens! Berrou Golias”.

Os gigantes sempre desprezaram a nossa capacidade, desdenharam de nossas armas e pintam horrores no nosso coração. Seu objetivo é nos matar através do desespero.

E - Eles investem para nos destruir. Golias chega ao seu limite e decide partir para acabar com Davi. 1 Samuel 17.48 “… o filisteu se aproximou para atacar…”. Aquilo que antes era apenas ataques verbais e visuais, estava, agora, prestes a se tornar realidade. Golias partiu na direção de Davi. Conviver muito tempo na terra de gigantes não é saudável, pode ser letal. Ou nós aprendemos a matar gigantes ou eles nos matam.

3 - As características do guerreiro. Tendo visto o cenário da batalha e o caráter do gigante, vejamos agora as características do guerreiro:

A - Guerreiros são formados nos bastidores das lutas. Guerreiros servem com obediência, dedicação e responsabilidade nas pequenas coisas:

1 Samuel 17.12 a 22 “Davi era filho de um efrateu, de Belém de Judá, chamado Jessé. Este tinha oito filhos e já era idoso na época de Saul. Os três filhos mais velhos de Jessé tinham ido para a guerra com Saul: Eliabe, o mais velho, Abinadabe, o segundo e Samá, o terceiro. Davi era o caçula. Os três mais velhos seguiram Saul, mas Davi ia ao acampamento de Saul e voltava para apascentar as ovelhas de seu pai, em Belém. Durante quarenta dias o filisteu aproximava-se, de manhã e de tarde, e tomava posição. Nessa ocasião Jessé disse a seu filho Davi: Pegue uma arroba de grãos tostados e dez pães e leve-os rapidamente para seus irmãos no acampamento. Leve também estes dez queijos ao comandante da unidade deles. Veja como estão seus irmãos e traga-me alguma garantia de que estão bem. Eles estão com Saul e com todos os homens de Israel no vale de Elá, lutando contra os filisteus. Levantando-se de madrugada, Davi deixou o rebanho com outro pastor, pegou a carga e partiu, conforme Jessé lhe havia ordenado. Chegou ao acampamento na hora em que, com grito de batalha, o exército estava saindo para suas posições de combate. Israel e os filisteus estavam se posicionando em linha de batalha, frente a frente. Davi deixou o que havia trazido com o responsável pelos suprimentos, correu para a linha de batalha para saber como estavam seus irmãos”.

Servindo nas pequenas coisas, guerreiros vão acumulando experiências com Deus:

1 Samuel 17.31 a 37 “As palavras de Davi chegaram aos ouvidos de Saul, que o mandou chamar. Davi disse a Saul: Ninguém deve ficar com o coração abatido por causa desse filisteu; teu servo irá e lutará com ele. Respondeu Saul: Você não tem condições de lutar contra este filisteu; você é apenas um rapaz, e ele é um guerreiro desde a mocidade. Davi, entretanto, disse a Saul: Teu servo toma conta das ovelhas de seu pai. Quando aparece um leão ou um urso e leva uma ovelha do rebanho, eu vou atrás dele, atinjo-o com golpes e livro a ovelha de sua boca. Quando se vira contra mim, eu o pego pela juba, atinjo-o com golpes até matá-lo. Teu servo é capaz de matar tanto um leão quanto um urso; esse filisteu incircunciso será como um deles, pois desafiou os exércitos do Deus vivo. O Senhor que me livrou das garras do leão e das garras do urso me livrará das mãos desse filisteu. Diante disso Saul disse a Davi: Vá, e que o Senhor esteja com você”.

Um guerreiro vitorioso é formado nos bastidores: acumulando experiências com Deus à medida que servem com obediência, dedicação e responsabilidade nas pequenas coisas.

B - Guerreiros ouvem os desafios como algo que lhes diz respeito. 1 Samuel 17.23 e 26 “Enquanto falava com eles, Golias, o guerreiro filisteu de Gate, saiu das fileiras do exército filisteu. Davi o ouviu gritar seu desafio habitual”; “Então Davi perguntou aos soldados que estavam por perto: O que receberá o homem que matar esse filisteu e acabar com suas provocações contra Israel? Afinal de contas, quem é esse filisteu incircunciso para desafiar os exércitos do Deus vivo”?

C - Guerreiros fixam os olhos na recompensa. 1 Samuel 17.24 a 27 “Quando os israelitas viram Golias, começaram a fugir, apavorados. Vocês viram aquele homem? Perguntavam uns aos outros. Ele sai todos os dias para desafiar Israel. O rei ofereceu uma grande recompensa para quem o matar. Dará uma de suas filhas como esposa e isentará toda a família dele de pagar impostos! Então Davi perguntou aos soldados que estavam por perto: O que receberá o homem que matar esse filisteu e acabar com suas provocações contra Israel? Afinal de contas, quem é esse filisteu incircunciso para desafiar os exércitos do Deus vivo? Os soldados repetiram o que tinham dito e confirmaram: “Sim, essa será a recompensa para quem o matar”.

Eis o que disse Oswald Sanders: “Os olhos que olham são comuns. Olhos que veem são raros”. Homens e mulheres que derrubam gigantes olham para as recompensas, olham para as alegrias da vitória sobre os gigantes. Foi assim também com Jesus:

Hebreus 12.2 “Mantenhamos o olhar firme em Jesus, o líder e aperfeiçoador de nossa fé. Por causa da alegria que o esperava, ele suportou a cruz sem se importar com a vergonha. Agora ele está sentado no lugar de honra à direita do trono de Deus”.

D- Guerreiros não dão ouvidos às vozes da incredulidade.

Vozes que machucam. 1 Samuel 17.28 e 29 “Quando Eliabe, irmão mais velho de Davi, o ouviu falando com os soldados, ficou furioso e perguntou: O que você está fazendo aqui? Não devia estar tomando conta daquelas poucas ovelhas? Conheço sua arrogância e suas más intenções. Você quer apenas ver a batalha! O que eu fiz agora? Disse Davi. Só fiz uma pergunta”.

Vozes que menosprezam. 1 Samuel 17.31 a 33 “Alguém contou ao rei Saul o que Davi tinha dito, e o rei mandou chamá-lo. Davi disse a Saul: Ninguém se preocupe por causa desse filisteu. Seu servo vai lutar contra ele. Saul respondeu: Você não conseguirá lutar contra esse filisteu e vencer! É apenas um rapaz, e ele é guerreiro desde a juventude”.

Vozes que metem medo. 1 Samuel 17.41 a 44 “Golias, com seu escudeiro à frente, caminhava em direção a Davi, rindo com desprezo do belo jovem ruivo. Gritou para Davi: Por acaso sou um cão para que você venha a mim com um pedaço de pau? E amaldiçoou Davi em nome de seus deuses. Venha cá, e darei sua carne às aves e aos animais selvagens!”, berrou Golias”.

Guerreiros não dão ouvidos à vozes da incredulidade: Voz que machuca, menospreza e mete medo. Eles ouvem a voz de Deus e seguem sozinhos, se preciso for, seguem com fé: 1 Samuel 17.32 e 37 “Davi disse a Saul: Ninguém se preocupe por causa desse filisteu. Seu servo vai lutar contra ele”; E disse ainda: O Senhor que me livrou das garras do leão e do urso também me livrará desse filisteu”.

E - Guerreiros perseveram com armas espirituais. 1 Samuel 17.38 a 40 “Então Saul deu a Davi sua própria armadura, incluindo uma couraça e um capacete de bronze. Davi prendeu a espada sobre a armadura e tentou dar alguns passos, pois nunca tinha usado essas coisas. Não consigo andar com tudo isso, pois não estou acostumado, disse a Saul, e tirou a armadura. Pegou cinco pedras lisas de um riacho e as colocou em sua bolsa de pastor. Armado apenas com seu cajado e sua funda, foi enfrentar o filisteu”.

Davi não estava acostumado com aquele aparato todo de Saul; ele estava acostumado com pedras e fundas; acostumado a se ajoelhar para apanhar suas pedras; acostumado a girar, mirar e atirar com a sua funda. Afinal, foi assim que Deus o treinou nos bastidores dos pastos de Israel. Davi sabia que as armas de nossa guerra são as armas que Deus nos dá. Eis o que Paulo disse: “Usamos as armas poderosas de Deus, e não as armas do mundo, para derrubar as fortalezas do raciocínio humano e acabar com os falsos argumentos” (2 Coríntios 10.4). Com as armas de Deus nas mãos, Davi estava disposto a perseverar lutando (cinco pedras, pois se errasse na primeira, teria a segunda, a terceira e até a quinta tentativa). É notável a sua atitude face à grandeza de Golias:

1 Samuel 17.45 a 50 “E Davi disse ao filisteu: Você vem contra mim com espada, com lança e com dardo, mas eu vou contra você em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem você desafiou. Hoje mesmo o Senhor o entregará nas minhas mãos, e eu o matarei e cortarei a sua cabeça. Hoje mesmo darei os cadáveres do exército filisteu às aves do céu e aos animais selvagens, e toda a terra saberá que há Deus em Israel. Todos que estão aqui saberão que não é por espada ou por lança que o Senhor concede vitória; pois a batalha é do Senhor, e ele entregará todos vocês em nossas mãos. Quando o filisteu começou a vir na direção de Davi, este correu depressa na direção da linha de batalha para enfrentá-lo. Retirando uma pedra de seu alforje ele a arremessou com a atiradeira e atingiu o filisteu na testa, de tal modo que ela ficou encravada, e ele caiu com o rosto no chão. Assim Davi venceu o filisteu com uma atiradeira e uma pedra; sem espada na mão ele derrubou o filisteu e o matou”.

Guerreiros, portanto, são formados nos bastidores das lutas; ouvem os desafios como algo que lhe diz respeito; fixam os olhos na recompensa; não dão ouvidos às vozes da incredulidade; e perseveram com armas espirituais.

Assim fez Davi, o adolescente que matou um gigante.

A cena memorável de hoje nos apresenta duas visões de mundo: A do gigante Golias e a do jovenzinho Davi. A primeira, a de Golias, é centrada no homem. A segunda, a de Davi, é centrada em Deus. Uma é antropocêntrica e humanista. A outra e teocêntrica e divina.

Parece que não, mas a maioria vive como Golias, para descobrirem, quando já é tarde demais, que a autoconfiança é um beco sem saída; a arrogância leva ao desastre; e os ídolos nos encantam, mas nos abandonam para morrer (os deuses filisteus deixaram Golias sozinho, 1 Samuel 17.43). Achando-se sábio, Golias descobriu só na hora da morte que a sua visão de mundo era muito limitada. Afinal, ele só concebia batalhas com espadas, lanças e escudos (1 Samuel 17.45); e quando Davi se aproximou, vestido como pastor, empunhando um cajado e carregando apenas uma funda na mão, o gigante baixou a guarda e morreu.

Davi, por outro lado, aprendeu a viver com Deus nas pequenas coisas, acumulou experiências com o Senhor, viveu pela fé e guiou-se pela glória de Deus. Resultado: O adolescente matou um gigante.

Como você vê a vida? Você é o centro ou Deus é o centro? Como você vive a vida? Na sua força ou na força que Deus provê? Como você valoriza a vida? Vive-a para si mesmo ou para a glória de Deus?

Dias maus sempre batem à porta. Gigantes sempre aparecem lá fora e aqui dentro do coração. Como você os derrubará? Chegará o dia em que você terá que enfrentar o maior de todos eles: A morte. Como será? Paulo nos dá uma dica preciosa para derrotar gigantes:

Efésios 6.10 a 13 “Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo, pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo”.

Vistam-se de Cristo: Ele é a verdade que sustenta a vida (cinto); Ele é a nossa justiça (couraça); Ele é a nossa paz com Deus (sandálias); Ele é o nome doce que sustenta a nossa fé (escudo); Ele é a nossa salvação (capacete); a Sua Palavra é a nossa arma (espada), poderosa em nós na oração.

Vista-se de Cristo e mate os seus gigantes: Essa é a lição que o adolescente que matou um gigante nos ensina.

Fonte: sibgoiania

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