Atos 2.1 a 13 “Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos
reunidos num só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito
forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia
línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o
Espírito os capacitava. Havia em Jerusalém judeus, tementes a Deus, vindos de
todas as nações do mundo. Ouvindo-se o som, ajuntou-se uma multidão que ficou
perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua. Atônitos e
maravilhados, eles perguntavam: Acaso não são galileus todos estes homens que
estão falando? Então, como os ouvimos, cada um de nós, em nossa própria língua
materna? Partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judéia e
Capadócia, do Ponto e da província da Ásia, Frígia e Panfília, Egito e das
partes da Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma, tanto judeus como
convertidos ao judaísmo; cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as
maravilhas de Deus em nossa própria língua! Atônitos e perplexos, todos
perguntavam uns aos outros: Que significa isto? Alguns, todavia, zombavam deles
e diziam: Eles beberam vinho demais”.
Até o paganismo da civilização grega cria na ideia de um
espírito vivificador essencial para a existência. Atestam deste fato o hino
olímpico, composto por dois músicos gregos para a primeira edição dos jogos da
era moderna, em 1896 na cidade de Atenas, Grécia, e cantado desde então em
todas as edições.
Nas Olimpíadas do Rio 2016, por exemplo, o hino olímpico foi
cantando em inglês por um coral composto por 38 crianças, enquanto a bandeira
olímpica era hasteada. Observem a letra.
Espírito imortal da antiguidade: Criador augusto da verdade,
beleza e bondade! Desça aqui, apresente-se e radie sua luz sobre nós, por este
nobre campo e debaixo deste céu, que primeiro testemunharam sua fama
imperecível. Traga vida e entusiasmo para estes nobres jogos, atire coroas de
flores com frescor eterno aos vitoriosos da corrida e da luta. E crie em nossos
peitos corações de aço! Em sua luz, planícies, montanhas e mares, brilham em
matizes rosados e formam um vasto templo, no qual as multidões de todas as
nações vão adorá-lo: Ó espírito imortal da antiguidade!
Impressionante como as pessoas sabem que sem espírito nós
não existimos.
Atos capítulo 2 trata da chegada do Espírito Santo. Sem o
Espírito a igreja é morta, da mesma forma que um corpo sem respiração não passa
de um cadáver. O Espírito vivifica, unifica, santifica e testifica. É dele que
crentes e igrejas recebem o empoderamento necessário para levarem adiante a
grande comissão de Jesus.
O problema é que, na mesma proporção da importância do tema,
está o tamanho da confusão que muitos fazem sobre a terceira pessoa da
Trindade. Assim é que na última mensagem no livro de Atos nós tratamos de
dissolver algumas confusões mais comuns; foi quando nós tratamos do dia de
Pentecoste.
Hoje nós analisaremos a chegada do Espírito Santo à partir
de três perspectivas: o que aconteceu com os discípulos, nos discípulos e
através dos discípulos.
Atos 2.1 a 13
1 - O que aconteceu com os discípulos
Lucas nos informa o que aconteceu com os discípulos: o
Espírito de Deus desceu sobre eles, e a sua vinda foi acompanhada por três
sinais sobrenaturais.
Atos 2.1 a 4 “Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos
reunidos num só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito
forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia
línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o
Espírito os capacitava”.
Essas três experiências pareciam fenômenos naturais (vento,
fogo e fala), mas na verdade elas eram sobrenaturais tanto na origem como no
caráter.
O que tudo isso significa? A única maneira de compreender o
significado desse evento é investigando o simbolismo por trás de cada um dos
fenômenos sobrenaturais. Não há outra forma de se entender esse momento.
Faz-se necessário destacar que a chegada do Espírito no dia
de Pentecoste precisa ser estudada nos termos desses símbolos porque, se assim
não for, inevitavelmente sairemos da trilha ou perderemos o foco, como, por
exemplo, acontece, não é de hoje, entre os movimentos carismáticos. Pois bem,
se permitirmos que outras partes da Bíblia nos guiem na interpretação desses
fenômenos, nós não ficaremos confusos.
Observe
Som, como de um vento muito forte.
O “som, como de um vento muito forte” (Atos 2.2) atesta que
o poder que Jesus havia prometido que viria sobre eles (Lucas 24.49, Atos 1.8)
havia, finalmente, chegado.
O som que todos ouviram era como o som de um poderoso
furacão ou de um poderoso tornado; era tal qual o som produzido pelo vento que
passa através das poderosas turbinas de um avião, por exemplo. Aquele som
remetia todos os discípulos à ideia de que o poder de Deus havia chegado sobre
eles. Busque em qualquer concordância bíblica as ocorrências da palavra vento.
Você descobrirá que na grande maioria das vezes em que ela aparece está
diretamente relacionada ao poder de Deus para fazer alguma coisa acontecer.
Portanto, o “som, como de um vento muito forte” anunciava que a chegada do
Espírito Santo trazia sobre a vida deles o poder prometido por Deus para que
eles testemunhassem de Cristo às nações. Uma das melhores comprovações do que
estamos dizendo, isto é: o Espírito como poder de Deus para testemunharmos do
evangelho às nações, pode ser encontrada na história de Ezequiel no vale de ossos
secos.
Ezequiel 37.7 a 10 “E eu profetizei conforme a ordem
recebida. Enquanto profetizava, houve um barulho, um som de chocalho, e os
ossos se juntaram, osso com osso. Olhei, e os ossos foram cobertos de tendões e
de carne, e depois de pele; mas não havia espírito neles. A seguir o Senhor me
disse: Profetize ao espírito; profetize, filho do homem, e diga-lhe: Assim diz
o Soberano, o Senhor: Venha desde os quatro ventos, ó espírito, e sopre dentro
desses mortos, para que vivam. Profetizei conforme a ordem recebida, e o
espírito entrou neles; eles receberam vida e se puseram em pé. Era um exército
enorme”! O som, como de vento muito forte, atestava a chegada do poder de Deus.
E viram o que parecia línguas de fogo
A seguir, eles “viram o que parecia línguas de fogo” (Atos
2.3). O que essa visão anunciava a todos? Era a confirmação de que o Espírito
era o próprio Deus, em toda a sua santidade. Fogo, assim como na sarça ardente
do deserto (Êxodo 3.1 a 4), por exemplo, sempre simbolizou a presença e a
santidade do Senhor (Isaias 6.6 e 7).
Jesus havia prometido que estaria com eles todos os dias da
vida deles (Mateus 28.20); havia dito que iria para o Pai, mas que enviaria o
Consolador da parte de Deus (João 14.26, 15.26). Portanto, ao virem “o que
parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles” eles
estavam recebendo a confirmação de que Deus estava entre eles e caminhando com
cada um deles. O que parecia línguas de fogo atestava a santa presença de Deus.
Começaram a falar noutras línguas
Além do som, como de um vento e da visão do que parecia
línguas de fogo, Lucas relata que os discípulos falaram noutras línguas. O que
se quer demonstrar é que, além do poder de Deus para que pudessem testemunhar e
da presença divina para os encorajar, eles receberam capacitação para se
comunicarem com gente de todas as línguas. Por isso é que se lê que em Atos 2.4
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas,
conforme o Espírito os capacitava”.
Uma das coisas que o pecado provocou foi a separação dos
povos, em diferentes culturas e em diferentes línguas. É o que se lê no
incidente da torre de Babel em Gênesis 11.
Observe: Genesis 11.7 a 9 “Venham, desçamos e confundamos a
língua que falam, para que não entendam mais uns aos outros”. Assim o Senhor os
dispersou dali por toda a terra, e pararam de construir a cidade. Por isso foi
chamada Babel, porque ali o Senhor confundiu a língua de todo o mundo. Dali o
Senhor os espalhou por toda a terra”.
Agora, com a chegada do Espírito, o que aconteceu com os
discípulos (e também conosco) é que eles receberam poder para testemunhar, o
penhor da presença de Deus e a capacidade de falarem e serem compreendidos.
2 - O que aconteceu nos discípulos
Algo novo também aconteceu na vida dos discípulos.
Atos 2.4 e 11 “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava”. “Nós os
ouvimos declarar as maravilhas de Deus em nossa própria língua”!
A vida cheia do Espírito muda a nossa forma de nos
comunicarmos. Não há confusão, não existe ruído nem alarido. O que há é uma
conversa edificante, salvadora e confortadora. Note o que Paulo falou sobre a
vida cheia do Espírito, principalmente o que dela se deriva.
Efésios 5.18 a 21 “Não se embriaguem com vinho, que leva à
libertinagem, mas deixem se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos,
hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando
graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor
Jesus Cristo. Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo”.
Uma vida cheia do Espírito é marcada pela santidade (não há
libertinagem), boa e edificante comunicação, alegria expressa em cânticos
novos, contentamento e ações de graça e além de honrosa submissão. Em outras
palavras, não há confusão, não há abusos, não há discórdias. O que há é um povo
unido e feliz ao redor da mesa de Cristo.
Observe como isso se traduz na vida de uma igreja, por
exemplo:
Atos 2.42 a 47 “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e
à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e
muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam
mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens,
distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a
reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos
participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a
Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava
diariamente os que iam sendo salvos”. Com sua a chegada, os discípulos ficaram
cheios do Espírito.
3 - O que aconteceu através dos discípulos
Vimos o que aconteceu com e nos discípulos. Vejamos agora o
que aconteceu através deles. A chegada do Espírito nos faz repartir o que de
Deus recebemos. O Espírito nos empodera, nos capacita e nos coloca para servir.
Veja:
Atos 2.4 a 13 “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava. Havia em
Jerusalém judeus, tementes a Deus, vindos de todas as nações do mundo.
Ouvindo-se o som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois cada um os
ouvia falar em sua própria língua. Atônitos e maravilhados, eles perguntavam:
Acaso não são galileus todos estes homens que estão falando? Então, como os
ouvimos, cada um de nós, em nossa própria língua materna? Partos, medos e
elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judéia e Capadócia, do Ponto e da
província da Ásia, Frígia e Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a
Cirene; visitantes vindos de Roma, tanto judeus como convertidos ao judaísmo;
cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de Deus em nossa
própria língua! Atônitos e perplexos, todos perguntavam uns aos outros: Que
significa isto? Alguns, todavia, zombavam deles e diziam: Eles beberam vinho
demais”.
O que aconteceu no dia de Pentecoste, no que diz respeito às
línguas, é que os discípulos falaram em línguas estranhas a eles, pois eram diferentes
de suas línguas maternas; eram línguas que eles nunca tinham aprendido; mas
eram as línguas maternas (idiomas maternos) de quem as ouvia.
A julgar pelo relato de Atos 2.1 a 13 e de 1Coríntios 14.18
a 25, “noutras línguas” são os idiomas de cada uma das pessoas de diferentes
nacionalidades. Como muito bem argumentou John Stott, elas representaram “uma
nova união no Espírito, transcendendo barreiras raciais, nacionais e
linguísticas. Nada poderia ter demonstrado de forma mais clara a natureza multirracial,
multinacional e multilíngue do reino de Cristo. Desde os pais da igreja, os
comentaristas têm visto a benção do Pentecoste como uma reversão deliberada e
dramática da maldição de Babel. Lá elas foram confundidas e as nações
espalhadas (Genesis 11.1 a 9); em Jerusalém, a barreira linguística foi vencida
de forma sobrenatural, como sinal de que as nações agora seriam reunidas em
Cristo, como um prenúncio do grande dia em que o povo remido será recolhido “de
todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apocalipse 7.9). Além disso, em
Babel, a terra orgulhosamente tentou subir ao céu, enquanto que em Jerusalém, o
céu humildemente desceu à terra. A chegada do Espírito abençoou as nações
através dos discípulos.
Reações à chegada do Espírito Santo
Uma igreja ou uma pessoa cheia do Espírito Santo sempre
causarão reações aos que não estão familiarizados com as coisas do Espírito.
Observe, por exemplo, o que aconteceu com a multidão no dia de Pentecoste. Lá
nós descobrimos que houve curiosidade, perplexidade, admiração e zombaria.
Atos 2.6 a 13 “Ouvindo-se o som, ajuntou-se uma multidão que
ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua. Atônitos e
maravilhados, eles perguntavam: Acaso não são galileus todos estes homens que
estão falando? Então, como os ouvimos, cada um de nós, em nossa própria língua
materna? Partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judéia e
Capadócia, do Ponto e da província da Ásia, Frígia e Panfília, Egito e das
partes da Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma, tanto judeus como
convertidos ao judaísmo; cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as
maravilhas de Deus em nossa própria língua! Atônitos e perplexos, todos
perguntavam uns aos outros: Que significa isto? Alguns, todavia, zombavam deles
e diziam: Eles beberam vinho demais”.
A seguir, como veremos na próxima ocasião, Pedro se levanta
e prega (Atos 2.14 a 40). O resultado foi que naquele dia cerca de três mil
pessoas aceitaram a mensagem e foram batizadas (Atos 2.41). Ou seja, uma igreja
ou uma pessoa cheia do Espírito causarão perplexidade, curiosidade e admiração,
mas também serão zombadas. Deus, no entanto, sempre haverá de salvar aqueles
que dia a dia forem cruzando o seu caminho (Atos 2.47).
A chegada do Espírito Santo
Permitam-me concluir fazendo três observações:
1 - A chegada do Espírito Santo sobre a vida de uma pessoa
provoca transformações nela e através dela. A obra do Espírito não é um
espetáculo circense. Trata-se do poder e da presença de Deus para a salvação e
para a transformação de vidas.
2 - A chegada do Espírito Santo não pode ser duplicada nem
ignorada. As manifestações sobrenaturais, da forma descrita, ficaram para trás,
mas o poder sobrenatural para transformar vidas e igrejas ainda é para hoje.
3 - A chegada do Espírito Santo confere poderes tais que
ninguém poderá explicar ou negar. Céticos tentarão justificar de forma humana
as transformações que Deus provoca nas pessoas. Tudo em vão. Quando o Espírito
vem sobre a vida de alguém ele não deixa espaço para explicações naturais a
respeito da profunda transformação que ele causa nas pessoas que são salvas e
estão sendo santificadas. Só há uma conclusão possível: algo divino e
sobrenatural aconteceu e a pessoa nunca mais será a mesma.
O Espirito Santo já veio sobre a sua vida? Arrependa-se.
Creia e receba Jesus. Ele enviará o Espírito sobre você.
Fale comigo: mapirola@yahoo.com
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