30/08/2020

Cenas inesquecíveis 07 - O velhinho que morreu feliz

 


Gênesis 25.7 e 8 “Abraão viveu cento e setenta e cinco anos. Morreu em boa velhice, em idade bem avançada, e foi reunido aos seus antepassados”.

O envelhecimento da população

O envelhecimento da população é um fenômeno mundial, segundo especialistas, em decorrência da queda de mortalidade, de grandes conquistas do conhecimento médico, da urbanização adequada das cidades, da melhoria nutricional, da elevação dos níveis de higiene pessoal e dos avanços tecnológicos. Todos esses fatores começaram a ocorrer no final da década de 40 e início dos anos 50. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em menos de uma década a população idosa no Brasil será maior que a população com idade até 14 anos. Em 2055 a participação de idosos na sociedade será maior que a de jovens com idade até 29 anos. A Organização Mundial de Saúde definiu como idoso um limite de 65 anos ou mais de idade para os indivíduos de países desenvolvidos e 60 anos ou mais para indivíduos de países subdesenvolvidos. No Brasil, a idade legal do idoso é igual ou superior a 60 anos. Envelhecer é um processo natural que marca uma etapa da vida de todos nós e caracteriza-se por mudanças físicas, psicológicas e sociais. É uma fase em que, refletindo sobre os anos vividos, o idoso conclui que alcançou muitos objetivos, conquistou muitas coisas e foi grandemente abençoado, mas também sofreu muitas perdas, das quais se destacam como alguns dos aspectos mais afetados os seguintes: a saúde, a força, a memória, os amigos, as pessoas amadas, a independência e o espaço na sociedade. Tudo isso é muito doloroso. Só sabe bem quem está passando por isso, não é mesmo?

Quer ver uma coisa?

Atrelado ao envelhecimento, a sociedade passa por grandes modificações. A tecnologia avança, os meios de comunicação bombardeiam com fatos e dados, a vida é cada vez mais agitada, as transformações culturais (dos hábitos e dos costumes) são velozes, o tempo para se processar as mudanças é cada vez menor e as condições econômicas são mais difíceis, principalmente à medida que as pessoas vivem mais e dependem mais de acompanhamento médico e compra de medicação, por exemplo. Isso tudo exige uma capacidade de adaptação e uma quantidade de dinheiro que o idoso nem sempre possui, fazendo com que essas pessoas enfrentem diversos problemas sociais e emocionais que o afetam como um todo, inclusive espiritualmente. A qualidade de vida, o bem-estar e o envelhecimento saudável requerem uma compreensão mais abrangente e adequada de um conjunto de fatores que compõem o dia a dia do idoso, por exemplo: A situação social, os aspectos psicossociais, a importância da família, as relações interpessoais, dentre outros. Isso nós deixamos aos especialistas do assunto. Nosso objetivo hoje é focar no envelhecimento sob a ótica da fé, buscando aprender como alguém, a exemplo de Abraão, poderá morrer “em boa velhice, depois de uma vida longa e feliz”.

As responsabilidades dos idosos

Antes de mergulharmos na cena memorável de hoje, a história de fé de Abraão, o velhinho que morreu feliz, entendo que seria importante destacar algumas das responsabilidades dos idosos.

Cada posição e cada etapa da vida traz suas próprias responsabilidades especiais. A infância tem os seus deveres, tais como a obediência aos pais, à humildade e a disposição para receber o ensinamento. Um marido e sua esposa têm seus deveres. Os homens e mulheres adultos têm seus deveres; aos homens e mulheres adultos é requerido que sejam bênção no mundo, não simplesmente vivam para si próprios, mas sirvam e abençoem. Desse mesmo modo, portanto, a velhice também tem as suas responsabilidades. Mencionarei apenas algumas delas, baseando-me nas grandes tentações que essa fase da vida oferece: O idoso deve empenhar-se para ser paciente e gentil; deve tentar ser alegre e atencioso para com os outros; deve estar sempre em oração e na leitura da Palavra de Deus (buscando crescer na graça e no conhecimento do Senhor); deve desprender-se desse mundo e estar disposto a deixá-lo; deve manter uma conversação edificante celestial; e buscar dar bom exemplo aos outros (fé, esperança e amor, serviço, discipulado, cuidado mútuo, etc.). Essas são algumas das responsabilidades concernentes aos idosos. Irmãos e irmãs, não as negligencie; esforcem-se para cumpri-las. Elas serão para a sua própria felicidade e para o bem de outros. Assim você desfrutará daquilo que o salmista escreveu sobre a velhice:

Salmos 92.14 e 15 “Mesmo na velhice produzirão frutos; continuarão verdejantes e cheios de vida. Anunciarão: O Senhor é justo! Ele é minha rocha; nele não há injustiça”.

Você acha que não consegue? Leia a oração do salmista, já idoso! Poderá te encorajar a seguir e agir com fé, esperança e amor: (Salmo 71). Esse sim era um velhinho idoso e feliz. Qual foi o seu segredo? Entregou-se com fé aos cuidados de Deus, empregou-se com esperança no serviço à nova geração e viveu amando até o final de seus dias.

Feitas essas considerações, vejamos a nossa cena memorável de hoje.

Estamos todos no velório de Abraão. No caixão está o patriarca da fé, quando, de repente, uma voz do céu quebra aquele silêncio solene e nos diz:

Gênesis 25.7 e 8 “Abraão viveu cento e setenta e cinco anos. Morreu em boa velhice, em idade bem avançada, e foi reunido aos seus antepassados”.

Abraão é o velhinho que morreu feliz. Apesar de todas as dificuldades, dos grandes desafios, das enormes perdas, dos incontáveis dissabores, enfim, apesar das lutas da vida, Abraão não azedou nem morreu amargo e infeliz. A Bíblia diz que ele, aos 175 anos, “morreu em boa velhice, depois de uma vida longa e feliz”. Qual foi o seu segredo? A galeria dos heróis da fé, em Hebreus 11, nos revela o segredo do velhinho que morreu feliz, o segredo foi sua fé na graça futura de Deus. Leia Hebreus 11.8 a 19. Nessa passagem nós encontramos cinco dicas para quem deseja envelhecer e morrer feliz. Observe:

1 - O velhinho que morreu feliz viveu como um peregrino de fé. Hebreus 11.8 “Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo”.

2 - O velhinho que morreu feliz exerceu paciência com fé. Hebreus 11.9 e 10 Pela fé peregrinou na terra prometida como se estivesse em terra estranha; viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó, coerdeiros da mesma promessa. Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus”.

3 - O velhinho que morreu feliz experimentou o poder da fé. Hebreus 11.11 e 12 “Pela fé, Abraão, e também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade, recebeu poder para gerar um filho, porque considerou fiel aquele que lhe havia feito à promessa. Assim, daquele homem já sem vitalidade originaram-se descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e tão incontáveis como a areia da praia do mar”.

4 - O velhinho que morreu feliz enxergou pela perspectiva da fé. Hebreus 11.11 a 16 “Pela fé, Abraão, e também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade, recebeu poder para gerar um filho, porque considerou fiel aquele que lhe havia feito à promessa. Assim, daquele homem já sem vitalidade originaram-se descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e tão incontáveis como a areia da praia do mar. Todos estes ainda viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-nas de longe e de longe as saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Os que assim falam mostram que estão buscando uma pátria. Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois preparou-lhes uma cidade”.

Nem Abraão, Isaque ou Jacó, nenhum deles possuiu a terra prometida. De fato, foi apenas 500 anos depois da morte de Jacó que Israel começou a possuir a terra prometida. A vitória que Deus nos garante é a entrada triunfante na Jerusalém celestial. Paulo diz assim: “Tenho certeza de que aquele que começou a boa obra em vocês irá completá-la até o dia em que Cristo Jesus voltar”. (Filipenses 1.6).

5 - O velhinho que morreu feliz deu provas de fé. Hebreus 11.17 a 19 “Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus lhe tivesse dito: Por meio de Isaque a sua descendência será considerada. Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos”.

Feliz é quem consegue desfrutar o que Deus nos dá, estando pronto a abrir mão de tudo, sempre que Deus solicitar. Ou, como melhor colocou Jim Elliot em seu diário: “Não é tolo aquele que abre mão do que não pode reter para ganhar o que não pode perder”. Ele estava fazendo alusão ao um texto de Lucas, que diz assim:

Lucas 16.9 “Usem a riqueza deste mundo para fazer amigos. Assim, quando suas posses se extinguirem, eles os receberão num lar eterno”.

Deus nos deu a vida e nós entregamo-la a ele certos de que, conforme afirmou Jesus, Mateus 16.25 “Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará”. Abraão deu provas de fé e morreu velhinho e feliz. A velhice torna-se muito difícil para quem não aprende envelhecer. Na cena memorável de hoje nós vimos que Abraão morreu velhinho e feliz. Tudo por que ele viveu como um peregrino de fé exerceu paciência com fé, experimentou o poder da fé, enxergou pela perspectiva da fé e deu provas de fé. E você, como tem vivido? Abraão vivia pela fé na graça futura de Deus. Eis mais um texto que comprova:

Romanos 4.18 e 19 “Mesmo quando não havia motivo para ter esperança, Abraão a manteve, crendo [esperando contra a esperança, creu] que se tornaria o pai de muitas nações. Pois Deus lhe tinha dito: Esse é o número de descendentes que você terá! E sua fé não se enfraqueceu, embora ele soubesse que, aos cem anos, seu corpo, bem como o ventre de Sara, já não tinham vigor”.

Ou seja:

Discipline-se para ouvir a Deus: “Vir após mim, tomar a cruz, negar a si mesmo, seguir-me”.

Disponha-se a crer nas promessas de Deus: Ler, memorizar, meditar.

Direcione-se pela Palavra de Deus: Colocar-se sob o ensino da Palavra (Evangelho: Deus, eu, Cristo, resposta).

Quem assim envelhece, morre velhinho e feliz. Essa é a lição que o velhinho que morreu feliz nos ensina.

Fonte: sibgoiania

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