26/08/2020

Atos dos apóstolos 19 - A fé que não salva

 


Atos 8.18 a 23 “Simão viu que as pessoas recebiam o Espírito quando os apóstolos impunham as mãos sobre elas. Então ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Deem-me este poder também, para que, quando eu impuser as mãos sobre as pessoas, elas recebam o Espírito Santo! Pedro, porém, respondeu: Que seu dinheiro seja destruído com você, por imaginar que o dom de Deus pode ser comprado! Você não tem parte nem direito neste ministério, pois seu coração não é justo diante de Deus. Arrependa-se de sua maldade e ore ao Senhor. Talvez ele perdoe esses seus maus pensamentos, pois vejo que você está cheio de amarga inveja e é prisioneiro do pecado”.

Expansão duradoura

O tema de hoje é a fé que não salva. Antes, porém, precisamos retomar o tema anterior. Na última mensagem nós afirmamos que Atos capítulo oito marca um novo momento na história da igreja. Os primeiros crentes estavam seguindo a ordem de Jesus no cumprimento da grande comissão (Mateus 28.19 e 20). A igreja já estava estabelecida em Jerusalém (Atos 1 a 7) e precisava agora expandir, seguir para a Judeia e Samaria, até chegar aos “lugares mais distantes da terra” (At 1.8).

1 - Siga o plano de Deus

A expansão que se provou duradoura fundamentava-se em dois pilares principais: seguir o plano de Deus e anunciar a palavra de Deus. O plano de Deus, conforme estudamos anteriormente, consiste em que cada discípulo faça discípulos, custe o que custar. Quando tomarmos essa consciência e colocarmos a mão na massa, assim como foi com a igreja primitiva, colheremos os frutos de uma forma surpreendente.

Observe:

Atos 8.1b, 4 a 8 “Uma grande onda de perseguição começou naquele dia e varreu a igreja de Jerusalém. Todos eles, com exceção dos apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e de Samaria”. Os que haviam sido dispersos, porém, anunciavam as boas-novas a respeito de Jesus por onde quer que fossem. Filipe foi para a cidade de Samaria e ali falou ao povo sobre o Cristo. Quando as multidões ouviram sua mensagem e viram os sinais que ele realizava, deram total atenção às suas palavras. Muitos espíritos impuros eram expulsos e, aos gritos, deixavam suas vítimas, e muitos paralíticos e aleijados eram curados. Por isso, houve grande alegria naquela cidade.

2 - Anuncie a palavra de Deus

Observem agora que, seguindo com o plano de Deus, o que os discípulos fizeram foi anunciar o evangelho de Cristo. Impressiona a forma pujante como a palavra de Deus era por eles anunciada: eles centraram a palavra em Cristo, autenticaram a palavra com o poder do amor e entregaram a palavra de tal modo que produziu alegria.

A palavra deve ser centrada em Jesus Cristo

Atos 8.4 e 5 “Os que haviam sido dispersos, porém, anunciavam as boas-novas a respeito de Jesus por onde quer que fossem. Filipe foi para a cidade de Samaria e ali falou ao povo sobre o Cristo”.

O nosso assunto é Jesus Cristo: a sua vida, a sua morte e a sua ressurreição. Essa é a boa notícia que todos precisam ouvir: em Cristo Jesus há um caminho de volta para Deus.

A palavra deve ser autenticada com o poder do amor

Atos 8.6 e 7 “Quando as multidões ouviram sua mensagem e viram os sinais que ele realizava, deram total atenção às suas palavras. Muitos espíritos impuros eram expulsos e, aos gritos, deixavam suas vítimas, e muitos paralíticos e aleijados eram curados”.

Os sinais eram buscados como forma de amor por aqueles que estavam sofrendo nas garras dos espíritos, das enfermidades e do pecado. O nosso amor confirma que somos enviados por Deus e testifica que nossas palavras são palavras de Deus.

A palavra deve ser entregue de tal modo que produza alegria

Atos 8.8 “Por isso, houve grande alegria naquela cidade”.

A palavra de Deus precisa aliviar as pessoas do peso do pecado, produzir nelas esperança e regozijo. Lembro-me de Neemias:

Neemias 8.8 a 10 “Liam o Livro da Lei de Deus, explicavam com clareza o significado do que era lido e ajudavam o povo a entender cada passagem. Então o governador Neemias, o sacerdote e escriba Esdras e os levitas que instruíam o povo disseram: Não se lamentem nem chorem num dia como este! Hoje é um dia consagrado ao Senhor, seu Deus! Pois todo o povo chorava enquanto ouvia as palavras da Lei. E Neemias prosseguiu: Vão e comemorem com um banquete de comidas saborosas e bebidas doces e repartam o alimento com aqueles do povo que não prepararam nada. Este é um dia consagrado ao nosso Senhor. Não fiquem tristes, pois a alegria do Senhor é sua força”!

Sigamos o plano de Deus, anunciando a Palavra de Cristo com amor e alegria. Nós precisamos expandir, crescer de forma sustentável e duradoura. Será possível apenas se nos voltarmos para o plano original de Deus: Fazer discípulos (cada um de nós) pela Palavra (anunciando, pregando e ensinando com fé, esperança e amor).

A fé que não salva

A seguir, nós observamos que a igreja, em franca expansão, encontra uma pedra no caminho, depara-se com uma das realidades mais tenebrosas da Bíblia Sagrada: Pensar que é salvo, mas estar perdido (Mateus 7.21 a 23). Esse era o caso de Simão, o feiticeiro. Veja:

Atos 8.7 a 25 “Muitos espíritos impuros eram expulsos e, aos gritos, deixavam suas vítimas, e muitos paralíticos e aleijados eram curados. Por isso, houve grande alegria naquela cidade. Um homem chamado Simão praticava feitiçaria ali havia anos. Ele deixava o povo de Samaria admirado, e afirmava ser alguém importante. Todos, dos mais simples aos mais importantes, se referiam a ele como o grande poder de Deus. Ouviam-no com atenção, pois, durante tempo, ele os tinha deixado admirados com sua magia. No entanto, quando Filipe lhes levou a mensagem sobre as boas-novas do reino de Deus e sobre o nome de Jesus Cristo, eles creram e, como resultado, muitos homens e mulheres foram batizados. O próprio Simão creu e foi batizado. Começou a seguir Filipe por toda parte, admirando-se dos sinais e milagres que ele realizava. Quando os apóstolos em Jerusalém souberam que o povo de Samaria havia aceitado a mensagem de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Assim que os dois chegaram, oraram para que aqueles convertidos recebessem o Espírito Santo, pois, apesar de terem sido batizados em nome do Senhor Jesus, o Espírito Santo ainda não havia descido sobre nenhum deles. Então Pedro e João impuseram as mãos sobre eles, e receberam o Espírito Santo. Simão viu que as pessoas recebiam o Espírito quando os apóstolos impunham as mãos sobre elas. Então ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Deem-me este poder também, para que, quando eu impuser as mãos sobre as pessoas, elas recebam o Espírito Santo! Pedro, porém, respondeu: Que seu dinheiro seja destruído com você, por imaginar que o dom de Deus pode ser comprado! Você não tem parte nem direito neste ministério, pois seu coração não é justo diante de Deus. Arrependa-se de sua maldade e ore ao Senhor. Talvez ele perdoe esses seus maus pensamentos, pois vejo que você está cheio de amarga inveja e é prisioneiro do pecado. Simão exclamou: Orem ao Senhor por mim, para que essas coisas terríveis não me aconteçam! Depois de terem testemunhado e proclamado a palavra do Senhor em Samaria, Pedro e João voltaram a Jerusalém. Ao longo do caminho, pararam em muitas vilas samaritanas para anunciar as boas-novas”.

Sempre que o evangelho é pregado, ele produz inevitavelmente tanto a fé genuína como a fé falsificada, a fé que salva (o eunuco etíope, Atos 8.25 a 40) e a fé que não salva (Simão, Atos 8.9 a 24). Isso porque a boa semente da palavra de Deus sempre cairá tanto em solos que são bons como em solos que são maus, sempre haverá trigo e joio.

Mateus 13.24 a 30 “Esta foi outra parábola que Jesus contou: O reino dos céus é como um agricultor que semeou boas sementes em seu campo. Enquanto os servos dormiam, seu inimigo (diabo, Mateus 13.39) veio, semeou joio (pessoas que pertencem ao maligno, Mateus 13.38) no meio do trigo e foi embora. Quando a plantação começou a crescer, o joio também cresceu. Os servos do agricultor vieram e disseram: O campo em que o senhor semeou as boas sementes está cheio de joio. De onde ele veio? Um inimigo fez isso, respondeu o agricultor. Devemos arrancar o joio, perguntaram os servos. Não, respondeu ele. Se tirarem o joio, pode acontecer de arrancarem também o trigo. Deixem os dois crescerem juntos até a colheita. Então, direi aos ceifeiros que separem o joio, amarrem-no em feixes e queimem-no e, depois, guardem o trigo no celeiro”.

O texto que temos em Atos para hoje revela um exemplo de joio (Aurélio: erva daninha, ruim, que surge entre as boas e as corrompe) semeado no meio do trigo, a primeira tentativa clara do diabo de semear malignidade na nascente da igreja em franca expansão. Que bom que temos esse relato a essa altura da história da igreja, pois aprendemos duas lições preciosas: o diabo sempre plantará joio no meio do trigo, é possível identificar as características da fé que não salva ou definir o perfil do joio semeado no seio da igreja.

Antes de olharmos para o perfil da fé que não salva, o que nós faremos na semana que vem, Deus permitindo, observe comigo os perigos da fé que não salva.

Os perigos da fé que não salva

1 - A fé que não salva exalta pessoas e não Cristo (personalismo)

Atos 8.9 e 10 “Um homem chamado Simão praticava feitiçaria ali havia anos. Ele deixava o povo de Samaria admirado, e afirmava ser alguém importante. Todos, dos mais simples aos mais importantes, se referiam a ele como o grande poder de Deus”.

2 - A fé que não salva cria divisão e não unidade (ativismo)

Atos 8.11 a 13 “Ouviam-no com atenção, pois, durante muito tempo, ele os tinha deixado admirados com sua magia. No entanto, quando Filipe lhes levou a mensagem sobre as boas-novas do reino de Deus e sobre o nome de Jesus Cristo, eles creram e, como resultado, muitos homens e mulheres foram batizados. O próprio Simão creu e foi batizado. Começou a seguir Filipe por toda parte, admirando-se dos sinais e milagres que ele realizava”.

3 - A fé que não salva gera inveja e não amor (egoísmo)

Atos 8.18 e 19 “Simão viu que as pessoas recebiam o Espírito quando os apóstolos impunham as mãos sobre elas. Então ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Deem-me este poder também, para que, quando eu impuser as mãos sobre as pessoas, elas recebam o Espírito Santo”.

4 - A fé que não salva produz indiferença e não quebrantamento (cinismo)

Atos 8.20 a 24 “Pedro, porém, respondeu: Que seu dinheiro seja destruído com você, por imaginar que o dom de Deus pode ser comprado! Você não tem parte nem direito neste ministério, pois seu coração não é justo diante de Deus. Arrependa-se de sua maldade e ore ao Senhor. Talvez ele perdoe esses seus maus pensamentos, pois vejo que você está cheio de amarga inveja e é prisioneiro do pecado. Simão exclamou: Orem ao Senhor por mim, para que essas coisas terríveis não me aconteçam”.

5 - A fé que não salva leva à morte e não à vida (ceticismo)

Atos 8.20 a 24 “Pedro, porém, respondeu: Que seu dinheiro seja destruído com você, por imaginar que o dom de Deus pode ser comprado! Você não tem parte nem direito neste ministério, pois seu coração não é justo diante de Deus. Arrependa-se de sua maldade e ore ao Senhor. Talvez ele perdoe esses seus maus pensamentos, pois vejo que você está cheio de amarga inveja e é prisioneiro do pecado. Simão exclamou: Orem ao Senhor por mim, para que essas coisas terríveis não me aconteçam”!

O estrago que a falsa fé de Simão causou nele e na igreja foi enorme. John MacArthur Jr. nos informa que foi dito pelos pais ou teólogos da igreja, ainda nos primeiros séculos da era cristã, que Simão (ao lado de seu sucessor, Menandro) foi o pai do gnosticismo e enxergava a si mesmo como portador de poderes divinos ou messiânicos.

A fé que não salva é muito perigosa.

As seguir, três aplicações

Crescimento duradouro é resultado de discípulos que fazem discípulos. Igreja não faz discípulos. Discípulos que fazem discípulos.

Crescerá no seio da igreja tanto joio como trigo. É pelo fruto que se discerne, o fruto do amor e das boas obras (fé, esperança e amor).

Tema os perigos da fé que não salva, personalismo, ativismo, egoísmo, cinismo e ceticismo.

Fale comigo: mapirola@yahoo.com

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