Provérbios
6.1 a 35
6.1 a 5 -
Estes versículos alertam sobre o perigo de ser fiador (Provérbios 11.15) ou
coassinar um empréstimo. Isto não significa que nunca devamos ser generosos ou
ajudar os outros caso possamos, mas que não devemos prometer o que não podemos
cumprir. No tempo de Salomão, um consignatário que não pudesse pagar perderia
tudo o que tinha e, ainda por cima, seria reduzido à escravidão. Mesmo que as
leis de hoje sejam diferentes, a incapacidade de quitar uma divida é ainda uma
forma de escravidão e pode ser um problema sério.
6.6 a 11 -
Este trecho alerta contra a armadilha da preguiça. O preguiçoso é refém do
lazer. Tudo de que ele precisa para sobreviver pode ser aprendido com a
formiga, uma criatura humilde que se ocupa em armazenar comida no verão para
enfrentar o inverno que virá. Como a formiga, a pessoa sábia trabalha duro. Por
outro lado, o preguiçoso é viciado em dormir e perdeu todo o interesse em
trabalhar (Provérbios 26.13 a 16).
6.12 a 15 -
O homem vicioso é criador de casos. Diferentemente do preguiçoso, cujo único
desejo é encontrar outro lugar para cochilar, o criador de problemas mal pode
esperar para se meter em novos apuros. Diferentemente do preguiçoso (versículo
6), ele se ocupa até demais, mas planejando coisas erradas. Ele se alegra em
semear a intriga. Mas como o preguiçoso, ele não percebe que a destruição está
próxima.
6.16 a 19 -
Este trecho é um provérbio numérico (Provérbios 30.15-31) que descreve sete
coisas que aborrece o Senhor. O uso de progressão numérica, seis coisas
aborrece o Senhor, e a sétima..., nestes provérbios é um mecanismo retórico que
embeleza a poesia, ajuda a memorizar e constrói um clímax. Dá a impressão de
que há mais a ser dito sobre o assunto. A progressão incorpora não apenas os
números, mas também as palavras que descrevem a resposta divina; o vocábulo
aborrece progride para abomina. O termo “abomina” é a expressão mais forte da
Bíblia de “ódio” pela perversidade (compare com Levítico 18.22). Em uma lista
desse tipo, o último item é o mais importante. Assim, o leitor saberá que o que
semeia contendas entre irmãos (versículo 19) é o que mais desagrada
Deus.Compare com a benção de Deus aos irmãos que vivem juntos em paz (Salmos
133.1).
6.20 a 24 -
Este trecho vincula os ensinamentos do pai com os da mãe (Provérbios 1.8). A
instrução materna deve estar atada ao coração e ao pescoço da pessoa, como
companhia permanente e guia confiável, como a Lei de Deus (compare com
Deuteronômio 6.4 a 9 e 11.18 a 21). (Para as palavras lâmpada e luz, veja
Salmos 119.105.)
6.25 - O
termo “olhos” refere-se aos olhares sedutores.
6.26 - O
contraste ressalta a terrível devastação que uma adúltera traz à vida de um
homem. Comparada a confusão causada por uma prostituta, a adúltera consome a
vida de sua vítima.
6.27 a 35 -
Furta para saciar-se, tendo fome. Este trecho não apóia o roubo. Simplesmente
compara o roubo, que poderia ser uma ação até compreensível se a razão for à
fome, com o adultério, que nunca faz sentido. Jogar fora o compromisso com sua
companheira da vida inteira é loucura. Para os antigos israelitas, fidelidade
conjugal era sinal de fidelidade a Deus. Mas vale ressaltar que naquela época
se um homem roubasse alimento era condenado a restituir sete vezes o valor
roubado.
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