Provérbios
30.1 a 33
30.1 - Uma
seção completamente nova do livro de Provérbios começa com as palavras de Agur.
Tal como Lemuel (Provérbios 31.1 a 9), Agur foi um contribuinte árabe, e não
hebreu, ao livro de Provérbios. Ambos tiveram fé no Deus de Israel em uma terra
estrangeira. Nada sabemos sobre o pai de Agur, Jaque, nome este que parece
significar obediente ou piedoso. Alguns acreditam que a palavra traduzida como
oráculo seja o nome de uma tribo árabe. Outros eruditos, porém, defendem que a
tradução correta seja do oráculo, o que faria de Agur um homem que recebia
oráculos, uma espécie de profeta. Os provérbios a seguir foram endereçados a
Itiel e Ucal, provavelmente possíveis discípulos de Agur e Lemuel. Como é
incomum a repetição seguida do nome Itiel. Disse este varão a Itiel, a Itiel e
a Ucal, alguns eruditos dão outra interpretação a este trecho, traduzindo o
texto como: Eu me extenuei, o Deus; eu me extenuei, o Deus, e estou consumido.
Isso caberia no contexto dos versículos seguintes.
30.2 e 3 - “Eu
sou mais bruto do que ninguém.” Com esta expressão, Agur queria dizer que
estava perplexo. Da mesma forma, sua negação de ter conhecimento do Santo
também é um floreio retórico (como se vê pela comparação a suas palavras nos versículos
5 e 6). Agur estava declarando, com forte ironia, que era incapaz de explicar o
enigma a sua frente.
30.4 - Este
versículo mostra a charada que deixou Agur intrigado. As questões são
enigmáticas. Culminam em: Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é
que o sabes. Neste ponto, não há resposta a charada. O AT responderia que a
expressão seu nome refere-se ao Senhor, mas não havia um nome para o seu filho.
Esta charada ficaria sem solução até que Jesus a respondeu a Nicodemos (João
3.13). Estes versículos enquadram entre os textos mais messiânicos em toda a
Bíblia.
30.5 a 9 - Agur
desejava alcançar duas coisas pela graça divina antes de sua morte.
30.10 - Este
provérbio alerta o servo contra o ato de caluniar o seu senhor. Ao contrário,
ele deve prestar obediência e prover um serviço honesto ao seu proprietário.
Naquela época o escravo era considerado uma pessoa inferior.
30.11 a 16 -
Agur escreveu sobre uma geração assolada por males sociais como falta de
respeito pelos pais, altivez, ganância e egoísmo. Ironicamente, tais males tem
assolado todas as gerações, e não somente a de Agur.
30.17 - A
falta de respeito pelos pais mencionada no versículo 11 leva a morte. As
expressões usadas para ilustrar essa maldição são fortes e violentas, assim
como é o castigo daquele que maltrata os próprios pais.
30.18 e 19 -
O termo traduzido como “virgem” também pode ser lido como “moça” neste
contexto.
30.20 - Este
versículo contrasta com o caminho do versículo 19. Este caminho é terrível,
enquanto que aquele é maravilhoso. A mulher adúltera não sente remorso por suas
relações sexuais ilícitas, atitudes comparadas ao banquete. Após a refeição, a
adúltera sente-se satisfeita e ainda limpa a sua boca para retirar as
evidências de seu pecado, não deixando assim nenhuma evidência para seu marido
e outras pessoas.
30.21 – 23 -
Em contraste com as quatro coisas maravilhosas mencionadas nos versículos 18 e
19, vemos nos versículos 21 a 23 quatro coisas atrozes, que são uma inversão de
prioridades. Três estão claras: o servo, o tolo e a serva se vêem todos em
posições de poder inesperadas. Já a mulher aborrecida se refere à situação
triste da esposa cujo marido a detesta.
30.24 a 28 -
Este trecho bíblico fala sobre quatro criaturas de tamanho pequeno, mas de
comportamento estupendo. Cada criaturinha destas tem um traço de conduta que
pode ser fonte de aprendizado para os sábios.
30.29 a 33 -
Os provérbios de Agur se encerram com alertas contra a ostentação e a desordem.
A expressão “põe a mão na boca” significa “pare com isso”. A idéia é que, se
você estiver tramando alguma encrenca e, repentinamente, perceber sua
insensatez, pare antes que as coisas piorem.
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