Provérbios
17.1 a 28
17.1 - A
expressão “um bocado seco” significa “pouquíssimo”, especialmente em comparação
a um banquete com muitas vítimas (animais abatidos). Neste versículo, o
banquete é maculado pela contenda. Vítimas também pode significar parte de um
sacrifício a Deus, mas até mesmo esse tipo de banquete poderia ser arruinado
por brigas iradas entre cristãos.
17.2 - Azares
súbitos poderiam acontecer se o servo prudente fosse muito habilidoso e o filho
e seus irmãos fossem indignos. Boa parte do livro de Genesis fala sobre a
ascensão de um filho caçula inesperado em desfavor de seu irmão mais velho (Genesis
25.23 a 34).
17.3 - O
refinamento da prata e do ouro e um processo penoso, que exige precisão e
provoca muito calor e cansaço. O refino do povo por Deus muitas vezes também e
trabalhoso.
17.4 - Este
versículo apresenta o malfazejo e o mentiroso como parodias do sábio. Enquanto
que o justo ouve com atenção a instrução de um professor, o perverso inclina os
ouvidos para a língua maligna do iníquo.
17.5 - Fazer
gozações sem princípios às custas dos desafortunados incita a ira de Deus (Provérbios
14.31). Deus não permitira que esta pessoa saia ilesa, pois, por um desígnio
misterioso, quando a pessoa ridiculariza o pobre, ultraja o seu Criador.
17.6 - Só um
avô ou uma avó para apreciar este versículo como se deve. Ainda assim, todos
nos podemos entender sua mensagem central: todo avô adora o neto, e os filhos
adoram seus pais. Este forte laço familiar mantém unidas as gerações.
17.7 - É uma
contradição o tolo falar bem ou o príncipe mentir. Não convém existir tal
impropriedade.
17.8 - O
valor de um presente pode ser incalculável para quem o recebeu. Valor significa
mais do que o custo de um objeto; o valor está nos olhos de quem vê. Quem
recebe um presente extraordinário pode ter sucesso a partir da nova percepção
de valor pessoal que recebeu junto a esse presente. Um ato generoso pode
significar uma reviravolta na vida de alguém. Por outro lado, um presente a um
ingrato pode até passar em branco.
17.9 e 10 - O
sentido de transgressão nesta sentença não pertence ao contexto do pecado e da
salvação frente ao relacionamento da pessoa com Yahweh. O intuito deste
versículo é falar do relacionamento entre amigos e dos problemas que podem
destruir esta amizade. Deslizes observados podem ser corrigidos por aquele que
os cometeu, mas a ofensa pela revelação deste deslize pode acabar com a
amizade. Da mesma forma, revelar confidências pode causar o rompimento dos
confidentes.
17.11 - O
objeto adequado do verbo hebraico “buscar” é a pessoa de Deus. Entretanto, o
rebelde busca o mal. Enquanto o rebelde segue seu caminho desastroso, ele
descobre que há outro que o segue, um mensageiro cruel (talvez o mensageiro da
morte).
17.12 - Nada
nas florestas se equipara a fúria de uma mãe ursa que foi separada de seus
filhotes. Ainda assim, não há nada mais perigoso do que o louco em sua
estultícia.
17.13 - O
homem que retribuir a bondade e a gentileza com o mal verá sua casa e
posteridade sofrerem por causa disso.
17.14 - Brigar
e como água derramada. A briga não pode ser contida depois de começada. A
sabedoria, portanto, está em represar a discórdia antes que seja tarde demais.
17.15 - Como
Deus é o Deus da justiça, Ele detesta aqueles que a pervertem, tanto os que
declaram a inocência dos culpados como os que declaram a culpa dos inocentes.
Estes, abomináveis são para o Senhor (Provérbios 16.5).
17.16 - A
riqueza na mão do insensato e um ultraje moral. Mesmo que ele tenha dinheiro,
não poderá comprar aquilo que e incapaz de apreciar: a sabedoria.
17.17 - Este
versículo enaltece a fidelidade. Ao contrário dos colegas inconstantes, o amigo
verdadeiro é constante, é um irmão de verdade ajuda nas horas de aflição.
17.18 - Ser
fiador de outra pessoa não é errado, mas este provérbio advoga a cautela nessas
transações (Provérbios 11.15). O que realiza o empréstimo pode perder sua
independência.
17.19 - O
que ama a exaltação e a rebelião pode descobrir que a rebelião só gera mais
problemas e que quem se vangloria de sua força sempre será testado.
17.20 - Do
coração perverso só pode surgir corrupção e perversidade. Estas se entranham
tão profundamente que a pessoa deixa de saber até como buscar o bem.
17.21 - O
filho tolo é uma realidade das mais difíceis de aceitar-se (Provérbios 10.1).
Não há dor pior para o coração do que perceber que o filho de alguém é tolo, de
coração empedernido a Deus e inútil para a vida.
17.22 - O
papel da postura e dos sentimentos na saúde e no bem-estar físico só tem sido
levado em conta há pouco tempo pelos médicos ocidentais. Este provérbio afirma
que há relação entre comportamento e saúde.
17.23 - Como
o peso falsificado (Provérbios 16.11), a justiça pervertida pode destruir uma
cultura. O termo “presente” foi traduzido literalmente de uma palavra que
também significa “suborno”. No versículo 8, a mesma palavra hebraica se traduz
positivamente como “presente”, mas neste versículo o sentido é negativo, porque
o objetivo do presente é perverter a justiça.
17.24 - A
sabedoria resulta em uma vida satisfatória. O louco continua a procura sem
encontrar nenhuma satisfação.
17.25 - Como
em Provérbio 17.21 (Provérbios 10.1), este versículo amplifica a capacidade do
filho tolo de envergonhar os pais que amam e crêem em Deus. Tanto o pai como a
mãe sofrem. Se sofrem separados (ao invés de juntos), possivelmente perderão
não apenas o filho teimoso como também um ao outro.
17.26 - Só
um povo perverso puniria o justo. Como vários outros provérbios, este descreve
o que deve ser identificado como um ultraje.
17.27 - Refrear
a língua é uma das marcas da sabedoria. Isso vai contra as nossas expectativas.
Geralmente esperamos que o sábio fale, e não ouça.
17.28 - Este
provérbio é um complemento ao versículo 27 e fala do valor de refrear a língua,
até mesmo no caso do tolo. Quando um tolo refreia os seus lábios, pode até
haver gente que o considere sábio. Essa percepção se dissipara rapidamente
quando o tolo começar a falar.
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