06/02/2018

Explicação de provérbios 15



Provérbios 15.1 a 33

15.1 - Muitas vezes não e pelo que dissemos, mas como dissemos, que damos azo as reações mais variadas, de aceitação a ira. (Para conhecer as palavras gentis de Abigail a Davi quando ele estava irado, veja 1 Samuel 25.12 a 34.)

15.2 - Vemos neste versículo outra comparação dos usos contrastantes da fala. Este provérbio coloca a língua dos sábios em contraposição a boca dos tolos. Um emprega bem o conhecimento; o outro arrota sua estultícia.

15.3 - O fato de os olhos do Senhor estarem em toda parte, observando tudo, arrepia os perpetradores do mal e conforta os súditos de Deus (Eclesiastes 12.14).

15.4 - A resposta branda do versículo 1 pode ser considerada de língua saudável, e a palavra dura do versículo 1, perversidade. A primeira é como uma árvore da vida, devolvendo-nos um pouco do Éden (Provérbios 3.18, 11.30 e 13.12); a outra quebranta o espírito, recordando a expulsão do Jardim (Genesis 3.23 e 24).

15.5 - A pessoa verdadeiramente sábia tira proveito da correção. O termo traduzido como “prudentemente” na segunda parte deste versículo significa “ser astuto”. A astúcia pode ser maldosa, mas, aqui, tem o sentido positivo de ter jogo de cintura (Provérbios 1.4).

15.6 - Vemos aqui que uma casa é uma benção e a outra esta arruinada. O motivo disso é como a casa foi adquirida e como está sendo usada. A casa do justo contem grandes tesouros porque esta fundada na sabedoria e no respeito a Deus. Por outro lado, a dos perversos está destruída. Estes nunca terão ganho algum que os satisfaça, e perdem o que já tem por tratarem de forma desonesta.

15.7 - As pessoas revelam quem são através do que dizem. O tolo não consegue deixar de falar besteiras.

15.8 e 9 - Ocasionalmente, os provérbios tocam no tema da adoração (Provérbios 16.6). A adoração proveniente dos que não são contritos nem humildes é abominável a Deus. Provérbio 15.9 fala de mais uma coisa abominável ao Senhor: a forma de vida escolhida pelos ímpios.

15.10 - Este provérbio promete correção molesta [severa lição, na NVI] a pessoa que deixa a vereda de Deus. Ou seja, disciplina é um meio de correção, e não de punição. Só a pessoa que aborrece a repreensão, a que teimosamente se recusa a escutar, vez apos vez, morrerá.

15.11 - Este é um provérbio do tipo “quanto mais” (Provérbios 11.31), que estampa a claridade com que o Senhor sonda os corações das pessoas. A palavra hebraica sheol, traduzida como “inferno”, neste versículo denota o medo do desconhecido (Provérbios 9.8). Quando empregada junto à palavra que significa “perdição”, sheol significa o misterioso reino da morte, uma condição negra e assustadora. Entretanto, a morte não tem mistérios para o Senhor. E se o reino misterioso dos mortos é conhecido por Ele, certamente o coração das pessoas lhe é transparente. Argumentos como este, que procedem do grande para o pequeno, aparecem em ambos os Testamentos.

15.12 - A palavra “escarnecedor” (Provérbios 14.6) é empregada como recurso poético ou comparativo em provérbios para expor com mais clareza o caráter do sábio. Se o preguiçoso é uma figura cômica em Provérbios, por outro lado o escarnecedor e um vilão. Ele se deleita em zombar das coisas de Deus (Provérbios 1.22) e é incapaz de aceitar disciplina (Provérbios 9.7), repreensão (Provérbios 9.8) ou censura (Provérbios 13.1). Ele não é capaz de achar a sabedoria (Provérbios 14.6) e deve ser evitado (Salmos 1.1). Seu grande problema é demonstrado por sua reação à correção. Ele não aprende com ela nem procura obtê-la. O escarnecedor e insensato com convicção.

15.13 - O objetivo deste versículo é relembrar que o sentimento interior transparece no rosto da pessoa. Logo, o homem de coração alegre resplandece essa felicidade.

15.14 - A pessoa que tem coração sábio nunca está satisfeita com o que já sabe. A busca da sabedoria e do conhecimento é uma tarefa para a vida toda, nunca está terminada nesta vida. Os tolos, porém, que não sabem o tamanho de sua ignorância, continuam a ir atrás da insensatez.

15.15 - A pessoa de coração alegre de Provérbio

15.13 - Retorna neste versículo, um duro contraste entre as percepções das pessoas quanto ao seu fardo na vida. Para a pessoa alegre, a vida é um eterno banquete. Para o oprimido, cada dia é uma aflição.

15.16 - Este é outro versículo que usa a expressão “melhor é... do que” (Provérbios 12.9). Neste caso, põe em contraste o valor real do pobre com o do rico em matéria de presença ou ausência de temor ao Senhor (Provérbios 14.26 e 27). O rico indolente pode estar tomado de inquietudes, enquanto que o pobre devoto e capaz de habitar em paz.

15.17 - O ódio arruína até o banquete mais fino. O amor enobrece até a refeição mais simples.

15.18 - Uma pessoa iracunda pode criar problemas onde eles não existem; mas a pessoa que não tem “pavio curto”, que é longânime, apazigua brigas (versículo 1).

15.19 - Comparada a estrada do justo, o caminho do preguiçoso é cheio de espinhos, sempre cercado por dores agudas. Como o caminho é extremamente difícil, o preguiçoso por vezes hesita trilhar seu caminho esperando que algum dia ele se torne mais fácil de seguir.

15.20 - Este provérbio é parecido com o quinto mandamento: Honra a teu pai e a tua mãe (Êxodo 20.12 e Deuteronômio 5.16). “Honrar” e “ouvir” os pais é um assunto freqüente nos provérbios de Salomão. O início deste versículo e o mesmo usado em Provérbio 10.1.

15.21 - O problema todo da insensatez é que ela se alimenta de si própria. Onde houver estultícia, haverá tolos deslumbrados, haverá também um homem de entendimento andando na direção oposta.

15.22 - Quanto maior a decisão, maior a necessidade de aconselhamento. Até mesmo tomadores de decisões sábios e experientes, sejam eles pessoas comuns ou governantes, precisam de conselheiros (Provérbios 13.10).

15.23 - As palavras têm poder para edificar ou destruir. Salomão escreveu muitos provérbios sobre as conseqüências da fala (Provérbios 15.4 e 14.23). Assim como palavras tolas podem trazer a derrocada da pessoa (Provérbios 14.3), da mesma forma a palavra sábia pode alegrar todos os que a ouvirem. O apóstolo Tiago escreveu sobre o poder destrutivo das palavras (Tiago 3.5 e 6). O autor de Hebreus também nos exortou a incentivarmos uns aos outros (Hebreus 10.24 e 25).

15.24 - A assustadora palavra “inferno” (sheol, Provérbios 15.11) é empregada aqui como o destino do tolo, mas não do prudente e trabalhador. Enquanto que o caminho da estultícia (do tolo) tem uma inclinação pronunciada, descendo ao abismo, o caminho da vida (do prudente) conduz para cima, para a glória, e seu destino final e Deus.

15.25 - Deus fará justiça no fim dos tempos. Aos soberbos, o Senhor servirá uma dose de humildade. Mas a viúva, pessoa completamente indefesa na Antiguidade, Ele concederá proteção. Em muitos pontos, as Escrituras descrevem Deus como Protetor dos indefesos (Deuteronômio 10.18, SaImos 68.5 e 146.9 também Jeremias 49.11).

15.26 - Diversos provérbios tratam do que Deus abomina (versículos 8 e 9). Maus pensamentos, por exemplo, enojam o Senhor. Não existem pensamentos ocultos a Ele. Devemos orar como Davi para que nossas palavras e a meditação de nosso coração sejam aceitáveis aos olhos de Deus (Salmos 19.14).

15.27 - O mal do suborno está em perverter a justiça, ser uma distorção que, com o tempo, semeia a desconfiança e a desonra entre a população.

15.28 - Uma pessoa justa (sabia) pondera como melhor responder; a pessoa ímpia (tola) simplesmente emitira alguma tagarelice malévola. O louco atrai mais loucura pelo comportamento que tem levado, por companhias também tolas, a praticar mais perversidade e loucura.

15.29 - Deus mantém distância dos ímpios, aproximando-se deles vez por outra apenas para punir ou fazer justiça. No entanto, o Senhor tem prazer de estar perto dos justos. As preces destes são sempre bem-vindas.

15.30 - Os efeitos das boas ações e dos sentimentos positivos são apresentados ainda com mais ênfase neste versículo do que em Provérbio 15.16.

15.31 e 32 - A disciplina é essencial para o aprendizado. Logo, o instinto natural de auto-preservação é perigoso quando chega à hora de ouvir uma censura necessária. (Para aprender sobre a relação entre disciplina e sabedoria, consulte Provérbios 1.7).


15.33 - Somente o conhecimento não torna ninguém mais sábio. É preciso também o temor do Senhor. O mesmo vale para a honra, que necessita ser acompanhada da humildade.

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