Provérbios
11.1 a 31
11.1 -
Tratar o próximo de forma justa é um prolongamento do mandamento para amar o
próximo como a si mesmo (Levítico 19.18), que, por sua vez, é um prolongamento
do mandamento principal a Israel: amar somente a Deus (Deuteronômio 6.4 a 9). É
por isso que balança enganosa é uma abominação para Deus, um termo que descreve
uma aversão de revirar o estômago.
11.2 -
Muitos provérbios comparam o arrogante ao humilde, assim como podemos ver aqui.
A palavra “soberba” em hebraico provem de uma raiz que significa “ferver”;
refere-se a uma arrogância ou insolência exagerada. Esta imagem é da postura
presunçosa ou arrogante da pessoa sem Deus. Esta postura conduz sempre a
afronta.
11.3 a 6 -
Estes versículos formam uma série de provérbios que comparam os resultados da
retidão com os da perversidade na vida das pessoas. Assim como se compara o
orgulho a humildade no versículo 2, a sinceridade e a perversidade são
comparadas no versículo 3.
11.4 a 6 -
Ocasionalmente, os provérbios falam da morte como uma época de recompensa e
castigo. As riquezas não tem qualquer poder sobre isto. Somente a retidão tem
sentido e poder após a morte.
11.7 -
Enquanto a pessoa viver, há razão para esperança. Mas se a pessoa viveu sem
Deus, quando sua vida acaba, a esperança também cessa.
11.8 - Neste
versículo, talvez também se esteja falando de questões mortais; os problemas do
qual o justo escapa são aqueles que o ímpio terá.
11.9 - O
homem profano pode jogar o nome de seu vizinho na lama com suas palavras, assim
como o justo é liberto pelo conhecimento. Os poderes negativos e positivos da
fala são dos mais impressionantes conceitos destas sentenças.
11.10 e 11 -
Os verdadeiros justos trazem justiça a todos da cidade, e a cidade vivencia a
verdadeira paz, isto é, shalom, que traz o sentido de “ser completo”, “ser
cheio” ou “ser pleno”. Muitos salmistas clamavam pela redenção dos justos e
pelo fim do mal (SaImos 69.22 a 28). (Leia a historia de Sodoma e Gomorra em
Gênesis 18.22 a 33 para saber o que acontece com uma cidade em que não há
justos.)
11.12 - A
paciência e o controle fazem parte da sabedoria. Alguém falto de sabedoria, a
quem “falta coração” (Provérbios 10.13), despreza o seu próximo. Mas a pessoa
que possui entendimento tem juízo para controlar seu lado passional e ficar
calada (Provérbios 17.28).
11.13 - O
amigo fiel encobre os assuntos delicados que o infiel revela. O amor cobre
todas as transgressões (Provérbios 10.12; Tiago 5.20 e 1 Pedro 4.8).
11.14 -
Tanto na Antiguidade como na atualidade, os líderes das nações precisam de
conselheiros. Na verdade, todas as pessoas precisam de conselhos de pessoas
sabias e confiáveis.
11.15 e 16 -
Estes provérbios equilibram um ao outro. O primeiro alerta contra ficar por
fiador ou dar aval a estranhos. O segundo elogia a generosidade, de onde provem
a honra. Uma das maiores virtudes é não ser possessivo. Os membros da igreja do
primeiro século doavam generosamente aos necessitados (Atos 2.44 e 45 e 4.32 a
35).
11.17 - Mais
um versículo sobre generosidade fala do bem que volta para o benfeitor. A
avareza, por sua vez, tende a reduzir a pessoa cruel ao mesmo tamanho de seu
coração mesquinho.
11.18 - O
trabalho fraudulento provem da iniqüidade; o bom trabalho, da retidão. O justo
faz por merecer seu salário; o ímpio apenas rouba.
11.19 -
Provérbios como este nos recordam que a busca da retidão é uma questão de vida
ou morte.
11.20 - Os
conceitos contrastantes de abominação e deleite de Yahweh (Provérbios 11.1)
reaparecem aqui com respeito aos valores contrastantes da perversidade e
benignidade da alma e da trajetória do homem na vida. E possível fazer o Senhor
sorrir pela forma como se viveu a vida. Também é possível causar-lhe revolta.
11.21 - A
expressão “junte mão a mão” é literal; significa “juntar forças”. Opor-se
coletivamente aos propósitos de Deus é completamente sem sentido (Salmos 2.1 a
4).
11.22 - Uma
joia de ouro no focinho de uma porca não teria sentido. Os antigos israelitas
julgavam os porcos sujos e repelentes. A pessoa imoral e comparada a este
animal, não importa qual seja a aparência externa.
11.23 - O
termo “desejo” é usado em alguns provérbios num sentido negativo (Provérbios
13.12 e 19, 18.1 e 19.22), mas aqui ele é usado em sentido positivo. O justo
deseja o bem.
11.24 a 27 -
Estes provérbios precisam ser modelos da nossa postura em relação à riqueza:
deve ser repartida. A mesquinharia pode levar a perda. Já a generosidade tem o
efeito oposto. Ser egoísta é insensatez, porque só cria inimigos e desonra
Deus.
11.28 - Este
provérbio fala da insensatez de confiar nas riquezas. A segunda parte deste
versículo pode ser às vezes mal-interpretada como se dissesse que a retidão
sempre leva ao sucesso. O provérbio na verdade fala da postura de uma pessoa em
relação à riqueza. É tolice por a confiança em riquezas em vez de confiar em
Deus.
11.29 -
Certos atos insensatos prejudicam ativamente a família. Eis ai uma estrada
certa para a ruína para herdar o vento.
11.30 -
Conforme Provérbio 3.18, a imagem da árvore de vida denota a árvore do jardim
do Éden (Gênesis 2 e 3). A retidão e a sabedoria são formas de recuperar a
árvore da vida perdida.
11.31 - Como
os justos vão receber sua recompensa no final (2 Coríntios 5.10), deduz-se que
os ímpios, que desafiam Deus e entram em conflito com Sua obra, certamente
serão julgados.
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