Provérbios
3.1 a 35
3.1 e 2 - Lei
e mandamentos são palavras que, como no Provérbio 1.8, chamam a atenção para a
ligação entre a sabedoria e a Lei mosaica. Os provérbios são a Lei aplicada.
3.3 e 4 - Benignidade
e fidelidade são duas palavras de peso dentro da Bíblia, pois descrevem o
caráter de Deus (Salmos 100.5) e os valores que Ele exige de Seu povo. O
apóstolo João empregou o equivalente grego destas palavras, graça e verdade,
para descrever o caráter de Jesus (João 1.14).
3.5 e 6 - As
palavras “confia no Senhor” ecoam a ordem de Deuteronômio 6.5 para amar Deus
com todo o nosso ser. O verbo “confiar” e complementado pelo verbo
“estribar-se” (“sustentar-se”). Confiar em Deus e depender conscientemente
Dele, da mesma forma que e preciso apoiar os pés no estribo para não perder o
equilíbrio ao andar a cavalo. A idéia e reforçada com a exortação para
reconhecê-lo em todos os teus caminhos, o que significa observá-lo e conhecê-lo
enquanto se vive. Ao fazê-lo, a pessoa percebera que, cada vez mais, Deus
facilita os seus caminhos.
3.7 a 10 -
As promessas destes versículos tratam de padrões genéricos, e não de regras sem
exceções. São os resultados típicos de quem assume um compromisso com Deus. A
ordem para louvar ao Senhor com a tua fazenda [recursos, na NVI] e dar-lhe as
primícias de toda a tua renda e uma parte do significado de adorar ao Senhor.
Sendo assim, da mesma forma que no pacto de Deus com Israel, Ele prometeu,
entre tantas coisas, manter seus celeiros e lagares cheios.
3.11 e 12 - A
correção do Senhor é o outro lado da Sua graça. Devemos apreciar a correção de
Deus em nossas vidas, porque Ele só disciplina aqueles a quem ama (Hebreus 12.7
a 10).
3.13 a 18 - Confira
as bem-aventuranças proferidas por Jesus no Sermão da Montanha (Mateus 5.2 a 12).
O termo hebraico traduzido como “bem-aventurado” [feliz, na NVI] possui uma ideia
explosiva de múltipla felicidade (Salmos 1.1). Fica implícito, então, que Deus
fica muito contente ao ver Seus filhos seguindo os princípios da sabedoria. A
pessoa que encontra sabedoria descobre um tesouro incalculável. Adão e Eva
foram expulsos do jardim do Éden e proibidos de tocar na árvore da vida (Gênesis
3.22 a 24), mas a sabedoria e outra árvore da vida, que começara a restaurar a
felicidade perdida no Paraíso.
3.19 e 20 - A
expressão “com sabedoria, fundou a terra” revela um dos temas centrais de
Provérbios, que é a associação de sabedoria e criação. O capítulo 8 é dedicado
a este assunto.
3.21 - Este
versículo estimula a conservar tanto a fé como a sabedoria. O intuito e semelhante
ao de Shemá Israel [Ouça Israel] (ver comentário em Deuteronômio 4.39 e 6.4).
Também se assemelha as idéias básicas do Salmo 91 (compare o versículo 26 com o
Salmos 91.10 a 13).
3.22 a 26 -
Boa parte do capítulo 3 contem conselhos parecidos com as da parte posterior do
livro. Estes conselhos soam como aperitivo do que virá depois, mas no momento
aparecem no contexto da benção concedida ao homem que se aproximou da
Sabedoria. Tais provérbios revelam-nos um grande senso de orientação, que não
estão distantes do contexto teológico. Concentram-se no conhecimento de Deus;
baseiam-se no caminho para a sabedoria. Conforme lemos estes provérbios, vamos
situando-nos para os que começam no capitulo 10.
3.27 a 30 - Este
trecho bíblico se refere ao tratamento respeitoso para com o nosso próximo, um
dos principais ensinamentos de Jesus (Lucas 10.25 a 37). Da mesma forma, não se
deve evitar fazer o bem ao nosso próximo quando se tem o poder de fazê-lo
(Provérbios 3.27). E falta de caráter poder pagar uma dívida e não fazê-lo (versículo
28), e não há piedade para tramóias interesseiras (versículo 29) ou palavras de
intriga (versículo 30) contra companheiros pacíficos.
3.31 a 35 - De
nada vale a pena ter inveja do homem violento, porque Deus abomina a
perversidade. Só um tolo desejaria ser detestável aos olhos do Senhor! Este
trecho bíblico termina com um contraste da benção de Deus para os justos com Sua
maldição sobre os ímpios (Gênesis 12.3).
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