Provérbios
19.1 as 29
19.1 - Este
provérbio apresenta a pessoa pobre sob uma luz mais favorável do que a rica (Provérbios
28.6). Neste caso, a vida da pessoa pobre é marcada pela sinceridade, enquanto
a de sucesso obteve sua riqueza fraudando e enganando. O livro dos Provérbios
não diz que saúde e riqueza são prêmios; concede esta honra à integridade (Provérbios
3.1 a 12).
19.2 - Muitos
provérbios empregam a expressão não é bom. Este diz que não há nada de bom em
quem não tem conhecimento. Nesta pessoa, só existe uma corrida para a
destruição. Os pés dos tolos estão sempre prontos a correr para a ruína (Provérbios
21.5).
19.3 - Quantas
vezes as pessoas se perderam em sandices autodestrutivas e depois clamaram a
Yahweh para ajudá-las a sair da situação que criaram? Muitas vezes Deus pode
ter a bondade.
19.4 - Este
versículo aponta uma particularidade na relação entre a posição social e as
amizades. Geralmente, as pessoas providas de boa condição financeira atraem
muitos amigos, enquanto as que ocupam uma posição social baixa têm poucos
amigos, pois a pobreza costuma manter a maior parte das “amizades” distantes.
Vale destacar que, como um cônjuge fiel, um amigo leal não tem preço
(Provérbios 14.20).
19.5 - A
necessidade da verdade é muito importante para uma sociedade organizada. A
falsidade não deve ser tolerada.
19.6 - Usar
de bajulações e agrados para conseguir atenção e favores de pessoas dotadas de
poder e riquezas é um costume presente desde aquela época. Assim, supostos
amigos e desconhecidos aproveitam inclusive nos dias de hoje para tirar algum
proveito daqueles que se encontram em condições e posições favoráveis (Provérbios
17.8 e 18.16). Dar presentes não é intrinsecamente mau, mas quem o dá pode
perfeitamente ser mau.
19.7 - A
conduta daqueles que abandonam um amigo por estar na pobreza deve ser
confrontada pela postura de amigos verdadeiros, destacada em textos como
Provérbio 17.17 e 18.24.
19.8 - Em
última análise, a expressão “achará” o bem significa encontrar o Senhor em Sua
Palavra (Provérbios 16.20).
19.9 - Este
versículo é uma ligeira variação de Provérbio 19.5; e um repúdio aos males
causados pelo falso testemunho, desrespeito a um dos Dez Mandamentos (Êxodo
20.16 e Deuteronômio 5.20) e uma ruptura do pacto de confiança entre Deus e o
Seu povo.
19.10 - É
ultrajante o insensato ocupar posições de destaque e viver em luxo. Esta
posição deveria ser reservada ao homem que a ganha mediante a observância da
lei. A expressão “não está bem” também pode ser traduzida como “não convém” (Provérbios
17.7).
19.11 - A
paciência e o autodomínio são virtudes da sabedoria (Provérbios 16.32). O mesmo
não se pode afirmar da impetuosidade e dos rompantes violentos. Estas
características são comuns no homem tolo e imprudente.
19.12 - As
descrições do bramido do leão e do orvalho sobre a erva são especialmente
adequadas quando o monarca tem poder absoluto. Sua ira pode ser violenta e
imprevisível como um leão, e o seu favor, agradável é restaurador como o
orvalho. Um bom rei deve exortar e conceder sua graça por bons motivos.
19.13 e 14 -
A expressão “gotejar contínuo” pode ser uma referência a uma briga constante em
uma família. A mulher prudente demonstra sabedoria ou argúcia. Encontrar o
cônjuge certo é uma benção de Deus (Provérbios 18.22).
19.15 - Os
provérbios não possuem palavras boas para se referir à preguiça, o vício do
indolente (Provérbios 6.6 e 9). Os provérbios conclamam misericórdia e
compaixão pelos pobres e necessitados, mas pelos indolentes, apenas desprezo (Provérbios
19.17 e 10.4 e 5).
19.16 - A
sabedoria e a insensatez são questões de vida ou morte, como é amplamente
demonstrado pelos ensinamentos de Provérbios 1 a 9 (ex: Provérbios 1.32 e 33).
Assim, buscar a sabedoria é, em última analise, uma atitude de quem tem genuína
auto-estima (Provérbios 19.8). Buscar a tolice é abraçar a morte.
19.17 - Fazer
caridade aos pobres e necessitados é visto, neste versículo, como um empréstimo
a Deus. Se você quer fazer um empréstimo a alguém, que seja a Ele. O Senhor o
recompensara. A preocupação de Yahweh com os pobres está bem documentada nas
Escrituras (ex: Deuteronômio 10.18 e 19).
19.18 - Se o
pai recusar-se a aplicar disciplina, ele condena o futuro do filho (Provérbios
13.24).
19.19 - A
raiva desmedida é uma insensatez, assim como a disciplina sem temperança. Nada
muda realmente quando uma pessoa de “pavio curto” é salva de uma situação
problemática. Ela precisara ser salva outras vezes.
19.20 - A
sabedoria leva a um futuro glorioso. Trata-se de uma porta para a eternidade.
No Novo Testamento, a idéia que corresponde à busca pela sabedoria em textos
como esse e o objetivo de parecer-se com Cristo, modelar-se a Sua imagem. Em
ultima analise, ser sábio (no sentido bíblico) e ser como Jesus.
19.21 - O
sábio confia seus propósitos ao Senhor (Provérbios 16.3). A pessoa que não
busca a vontade de Deus (como no SaImos 2.1 a 3) pode tornar-se uma verdadeira
inimiga do Criador. Aquele, porém, que confiar sua vida ao Pai certamente
obterá o sucesso (Provérbios 16.1 e 9).
19.22 - O
pobre integro tem mais honra do que a pessoa de sucesso que obteve seu cargo ou
situação por meio de fraudes (versículo 1). A palavra “beneficência” também
pode significar “beleza”. A fidelidade é bela, enquanto que a fraude desfigura
o caráter (Provérbios 3.14 e 31.18).
19.23 - Este
provérbio ressalta a natureza perene da verdadeira devoção e as fartas
recompensas que ela proporciona. O temor do Senhor é comparado com todos os
outros prazeres (Provérbios 15.16 e 33), porque só ele conserva a inocência do
cristão e proporciona satisfação a vida inteira.
19.24 - Aqui
fala de alguém que é tão preguiçoso que não quer nem levar a mão a boca
repetidas vezes para comer! Então ele se curva, enfiando a cabeça no prato e
deixando as mãos ao lado (Provérbios 26.15).
19.25 - A
pessoa simples [“inexperiente”, na NVI], aquela que ainda tem de estabelecer
qual será o seu caminho na vida, pode aprender observando o sofrimento do
escarnecedor. Este pode até não aprender nada com o próprio sofrimento, mas
quem estiver pronto a aprender pode.
19.26 e 27 -
O desejo de ter um bom filho é tema de diversos provérbios . O filho que
maltrata os pais envergonha e desobedece as ordens de Deus (Provérbios 20.20, Êxodo
20.12 e Deuteronômio 5.16), A justaposição do provérbio (versículo 27) dirigido
ao filho meu pela primeira vez desde os capítulos de 1 a 9 após falar sobre o
filho tratante no versículo 26 e proposital. O filho tratante se envergonha,
enquanto que o filho obediente é fiel e tem sucesso.
19.28 - Eis
um provérbio que vincula o falso testemunho (Provérbios 19.5) aos ímpios (o
homem de Belial, Provérbios 16.27). Esta pessoa escarnece da justiça e proclama
largamente toda forma de iniqüidade.
19.29 - Em
vez de receitar necessariamente um castigo físico, este versículo pode estar
descrevendo o fardo dos teimosos. Eles mesmos atraem o seu castigo. O versículo
pode ser lido metaforicamente ou no sentido literal.
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