Êxodo 3.15 “E Deus disse mais a
Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus
de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome
eternamente, e este é meu memorial de geração em geração”.
No mundo moderno, o nome de uma
pessoa pode ser apenas um rótulo, sem revelar nada a respeito dela. Os nomes
bíblicos, contudo, têm como fundo uma ampla tradição, segundo a qual o nome de
uma pessoa oferece significativa informação a respeito de quem o usa. O Antigo
Testamento, freqüentemente, celebra o fato de Deus tornar seu nome conhecido a
Israel, e os Salmos, muitas vezes, elevam louvores ao nome de Deus (Salmos 8.1
“O Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois
puseste a tua glória sobre os céus!”, Salmos 113.1 a 3 “Louvai ao Senhor.
Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Seja bendito o nome do Senhor,
desde agora para sempre. Desde o nascimento do sol até ao ocaso, seja louvado o
nome do Senhor”, Salmos 145.1 e 2 “Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu, e bendirei
o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre. Cada dia te bendirei, e
louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre”, Salmos 148.5 e 13
“Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados, Louvem o nome do Senhor,
pois só o seu nome é exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu”).
“Nome”, aqui, significa o próprio Deus, como ele se revelou por palavras e
ações. No centro dessa auto-revelação está o nome pelo qual Deus autorizou
Israel a invocá-lo, nome comumente traduzido por “O Senhor” (tradução do termo
hebraico Javé, como os eruditos modernos o pronunciam, ou “Jeová”, como é, às
vezes escrito).
Deus declarou esse nome a Moisés,
quando lhe falou a partir da sarça que se queimava, mas não se consumia. Deus
primeiro identificou-se como o Deus que tinha se comprometido numa relação de
aliança com os patriarcas (Gênesis 17.1 a 14 “Sendo, pois, Abrão da idade de
noventa e nove anos, apareceu o Senhor a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus
Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito. E porei a minha aliança
entre mim e ti, e te multiplicarei grandissimamente. Então caiu Abrão sobre o
seu rosto, e falou Deus com ele, dizendo: Quanto a mim, eis a minha aliança
contigo: serás o pai de muitas nações;
E não se chamará mais o teu nome
Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho
posto; E te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis
sairão de ti; E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua
descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a
ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua descendência
depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua
possessão e ser-lhes-ei o seu Deus. Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém,
guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas
gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua
descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. E
circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança
entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem
nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer
estrangeiro, que não for da tua descendência. Com efeito será circuncidado o
nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará a minha aliança na
vossa carne por aliança perpétua. “E o homem incircunciso, cuja carne do
prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada do seu povo;
quebrou a minha aliança”, depois, quando Moisés lhe perguntou o que deveria
dizer ao povo quando este quisesse saber qual era o seu nome (pois os antigos
supunham que a oração só seria respondida se o destinatário fosse nomeado
corretamente), Deus, primeiro, respondeu: “Eu Sou o que Sou”; depois, abreviou
para “Eu Sou”. O nome “Javé” (Senhor) soa como “Eu Sou” em hebraico; e Deus,
finalmente, chamou-se a si mesmo “O Senhor, o Deus de vossos pais” (Êxodo 3.15
e 16 “E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me
enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em
geração. Vai, e ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O Senhor Deus de
vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, me apareceu, dizendo:
Certamente vos tenho visitado e visto o que vos é feito no Egito”). O nome, em
todas as suas formas, proclama a realidade eterna e soberana que se
auto-sustenta e se auto-determina, ou seja, o seu modo sobrenatural de
existência, que a sarça ardente representou (Êxodo 3.2 “E apareceu-lhe o anjo
do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça
ardia no fogo, e a sarça não se consumia”). A sarça que não se consumia
ilustrava a própria vida inesgotável de Deus. Ao designar “Javé” como “o meu
nome eternamente” (Êxodo 3.15 “E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos
filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este
é meu memorial de geração em geração”), Deus indicou que seu povo deveria
sempre pensar nele como o Rei vivo, poderoso e sempre reinando, Rei que a sarça
ardente o mostrava ser.
Mais tarde, Moisés pediu para ver
a glória de Deus. Em resposta, Deus proclamou o “o nome”: Êxodo 34.6 e 7 “Senhor,
Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e
fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações que perdoa a iniquidade,
a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado”.
Na sarça ardente, Deus tinha
respondido à pergunta pelo modo de sua existência. Aqui ele responde à questão
de como podemos descrever as suas ações. Essa proclamação fundamental do seu
caráter moral ecoa, com freqüência, em passagens posteriores das Escrituras (Neemias
9.17 “E recusaram ouvir-te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes
fizeste, e endureceram a sua cerviz e, na sua rebelião, levantaram um capitão,
a fim de voltarem para a sua servidão; porém tu, ó Deus perdoador, clemente e
misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficência, tu não os
desamparaste”, Salmos 86.15 “Porém tu, Senhor, és um Deus cheio de compaixão, e
piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em verdade”, Joel 2.13 “E rasgai o
vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus;
porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em
benignidade, e se arrepende do mal”, Jonas 4.2 “E orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor!
Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra? Por isso é que me
preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e
misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal”).
Todas essas revelações são parte do seu “nome” e revelam a sua natureza, em
função da qual ele deve ser reverenciado e glorificado para sempre.
No Novo Testamento, as palavras e
atos de Jesus, o Filho encarnado de Deus, constituem a plena revelação da
mente, do caráter e do propósito de Deus, o Pai (João 14.9 a 11 “Disse-lhe
Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem
me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu
estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo
de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que
estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras”).
A frase “Santificado seja o teu nome“, na oração do Pai Nosso (Mateus
6.9 “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado
seja o teu nome”), expressa o desejo de que Deus seja reverenciado e louvado
como merece o esplendor da totalidade de sua auto-revelarão.
Fonte: Bíblia
de Estudo de Genebra
Benção pura esse irmão!
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