12/11/2017

A plantação de igrejas


Atos 13.14 “E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se”.

Introdução

A tarefa primordial e intransferível da igreja é proclamar o evangelho de Jesus Cristo, e reunir os convertidos em igrejas locais. Foi o próprio Jesus, Senhor da igreja, quem definiu a tarefa de sua igreja, na chamada “Grande Comissão”, em Mateus 28.18 a 20.

As declarações
A autoridade
A capacitação
A esfera
A mensagem
As atividades
1 – Mateus 28.18 a 20
A autoridade dada a Cristo: todo o poder no céu e terra
Cristo está conosco até o fim da era
As nações (gentias)
Todas as coisas que Cristo ordenou
Discipular por meio de ir batizar e ensinar
2 – Marcos 16.15


O mundo inteiro, isto é, toda a criatura.
O evangelho
Ide e pregai (proclamai)
3 – Lucas 24.46 a 49
Em seu nome (de Cristo)
A promessa do Pai, isto é, poder.
Todas as nações começando em Jerusalém
Arrependimento e o perdão dos pecados
Pregar (proclamar) testemunhar
4 – João 20.21
Enviados por Cristo assim como Ele foi enviado pelo Pai




5 – Atos 1.8

Poder do Espírito Santo
Jerusalém, toda Judeia, e Samaria, e até os confins da terra.
Cristo
Testemunhar

Fica evidente nestes textos que a missão da igreja, conforme Jesus Cristo é de natureza espiritual: pregar, batizar e ensinar. Isso será realizado, na autoridade de Jesus e no poder do Espírito Santo.
Exposição

1 – Paulo, um plantador de igrejas.

“A primeira e maior diferença entre a ação missionária de Paulo e a nossa é que ele fundou igrejas enquanto nós fundamos missões”, afirma Roland Allen. De fato, Paulo deixou igrejas por onde passou. Em pouco mais de dez anos, estabeleceu igrejas em quatro províncias do Império Romano: Galacia, Macedônia, Acaia e Ásia.

E qual a razão de tamanho sucesso?
A razão principal foi que Paulo considerava a pregação do evangelho e a organização de igrejas locais a sua tarefa primordial. “porem, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus”, Atos 20.24.

Ele possuía como meta um objetivo de vida, e para alcançá-lo investiu todas as suas energias. “regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja; da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a Palavra de Deus”, Colossenses 1.24 e 25. Para os seus companheiros de ministério Paulo dizia: “Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna”, 2 Timóteo 2.10. “Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade”, Tito 1.1.

Ao invés de fundar escolas e hospitais, organizar creches e orfanatos, Paulo dedicou-se, exclusivamente, a obra de pregação e do ensino do evangelho, com a organização de igrejas locais. A única recomendação social que recebeu dos outros apóstolos é que lembrasse dos pobres: “Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência”, Gálatas 2.10. Essa recomendação explica o esforço de Paulo em levantar a coleta para os crentes pobres de Jerusalém (1 Coríntios 16.1 a 4 / 2 Coríntios 8.9). Contudo, aquela coleta teve cunho diaconal, quando todas as igrejas por ele estabelecidas contribuíam para os irmãos da igreja de Jerusalém. “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”, Gálatas 6.10. Para Paulo, as boas obras eram o fruto e não a raiz da sua missão: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”, Efésios 2.10.

2 – Como Paulo plantava igrejas?

David J. Hesselgrave, em seu livro “Plantar igrejas – Um guia para missões nacionais e transculturais”, apresenta “Os elementos lógicos no plano mestre de evangelização de Paulo”.

Quais eram os elementos?

2.1 – Os missionários comissionados (Atos 13.1 a 4 / Atos 15.39 e 40).
2.2 – O auditório contatado (Atos 13.14 a 16 / Atos 14.1 / Atos 16.13 a 15).
2.3 – O evangelho comunicado (Atos 13.17 / Atos 16.31).
2.4 – Os ouvintes convertidos (Atos 13.48 / Atos 16.14 e 15).
2.5 – Os crentes congregados (Atos 13.43).
2.6 – A fé confirmada (Atos 14.21 e 22 / Atos 15.41).
2.7 – Os lideres consagrados (Atos 14.23).
2.8 – Os crentes recomendados (Atos 14.23 / Atos 16.40).
2.9 – Os relacionamentos continuados (Atos 15.36 / Atos 16.40).
2.10 – As igrejas missionárias convocadas (Atos 14.26 e 27 / Atos 15.1 a 4).

Esses passos formam um ciclo, “Ciclo Paulino”, que demonstra a necessidade de planejamento e estrategia para se realizar a tarefa missionária.
A igreja de Antioquia comissiona Paulo e Barnabé para a obra missionária (Atos 13.1 a 4). É através da igreja local que Deus chama e envia missionários. Este é o padrão registrado em Atos (Atos 11.22 a 26). Os missionários partiram de Antioquia por decisão da igreja, escolha do Espírito Santo, após um período de oração e jejum.
Ao chegar ao campo missionário, Paulo e Barnabé tomavam a iniciativa de contatar o público alvo. Eles sempre começavam pela sinagoga (Atos 13.5, 14 e Atos 14.1). O evangelho era proclamado através da pregação, do ensino e do testemunho (Atos 13.16, 46 e 49 / Atos 14.1, 7 e 21). O evangelho compreende “todo desígnio de Deus” (Atos 20.27).
A pregação visa à conversão do ouvinte. Paulo diz aos moradores de Listra: Atos 14.15 “e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles”.

Os novos convertidos eram congregados em igrejas locais (Atos 13.43). Os que aceitavam a mensagem eram batizados e reuniam-se regularmente nos lares para o estudo e a comunhão. A fé confirmada ou a “confirmação das igrejas” era o ato de fortalecer a fé dos crentes, através do ensino da palavra. Atos 14.22 “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus”.
Ao plantar as novas igrejas, Paulo e Barnabé solidificavam o trabalho local com a eleição de uma liderança. Atos 14.23a “E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja...”. As qualificações destes oficiais se acham nas cartas pastorais (1 Timóteo 3 e Tito 1.5 a 9).
Atos 14.23b “... orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido”. A igreja fora estabelecida, a liderança escolhida, e os missionários pioneiros partiam para outro campo (Atos 16.4 e 5 / Atos 20.28 a 31). Após a organização, a igreja local mantinha um relacionamento proveitoso com o missionário fundador. No caso de Paulo, através das epistolas e das informações pessoais, também era estimulada a manter comunhão com as outras igrejas (Atos 15.36 / Atos 18.23). Paulo e Barnabé, após a primeira viagem missionária, retornaram a Antioquia. Ali, eles prestam relatório do trabalho (Atos 14.26 e 27). A igreja de Antioquia avaliava o trabalho missionário.

Conclusão


A tarefa principal da igreja é proclamar o evangelho de Jesus Cristo e reunir os crentes em igrejas locais. Não se deve fugir desse objetivo central. O apostolo Paulo entendeu assim, e passou para a história da igreja cristã como o mais eficiente “Plantador de Igrejas”. A sua vida e obra continuam profundamente atual: “A igreja viveu seus grandes momentos e suas revoluções salutares toda vez que o evangelho de Paulo, como um vulcão extinto, despertou” (G. Bornkamm). 

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