08/06/2017

Quarta carta de amor para você



Êxodo 20.8 a 11 “Lembra-te do dia de sábado (Shabbath significa “descanso”) para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum, trabalho. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que nele há e, ao sétimo dia descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou”.

O primeiro mandamento nos ensina a quem adorarmos; o segundo, como o adorarmos; o terceiro, a forma reverente de o adorarmos; e o quarto, o dia de o adorarmos.

Mandamentos 1 a 4 “nossas obrigações para com o nosso criador, Deus”.
                            5 a 10 “nossas obrigações para com os nossos semelhantes”.

Jesus apresenta exatamente esse entendimento da lei, em Mateus 22.37 a 40 “(mandamentos 1 a 4) amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. (Mandamentos 5 a 10) amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Introdução

O evangelho nos conta em Mateus 19.17 que aproximou-se de Jesus um jovem e lhe perguntou: “Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna? O Senhor lhe respondeu: Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. Desta forma tão clara, o Senhor lhe indicou e a todos nós qual o caminho para ir para o céu.

Efetivamente, o cumprimento dos mandamentos é o caminho para salvar-se. Quem os cumpre, se salva, quem não os cumpre, se condena. Deus revelou a Moisés os dez mandamentos, no monte Sinai, deixando-os gravados em duas tábuas de pedra para que seu povo nunca os esquecesse. Jesus Cristo aperfeiçoou a lei e encomendou a sua igreja que a guardasse e ensinasse a todos os seres humanos. Seguir a Jesus Cristo implica no cumprimento dos mandamentos.

Do sábado para o domingo. Quem mudou o dia do Senhor do sábado para o domingo?

Uma das teorias mais usadas para justificar a mudança do sábado para o domingo é a de que o
sábado foi abolido na cruz e o domingo instituído em seu lugar através da ressurreição de Cristo.
Por mais popular que seja, esta teoria carece de fundamentação bíblica e de comprovação histórica.
O texto de João 20.19, normalmente usado para apoiar a teoria, simplesmente declara que os discípulos estavam reunidos, com “as portas da casa” trancadas, por “medo dos judeus”, sem qualquer alusão ao domingo como um novo dia de guarda. Além disso, a primeira evidência histórica concreta sobre a existência de cristãos observadores do domingo é encontrada somente na metade do segundo século de nossa era. Bem logo depois que Jesus subiu ao céu, o cristianismo começou a ser perseguido terrivelmente! Os grandes e terríveis shows de crueldade no coliseu são muito famosos. Eram espetáculos de morte! Durante muitos anos os cristãos foram perseguidos até a morte. Morriam homens, mulheres e crianças. O sangue dos cristãos na terra era como semente que fazia com que aparecessem mais e mais cristãos! Nenhum imperador romano, por mais poderoso que tenha sido, conseguiu vencer o cristianismo pelo medo! A perseguição foi em vão!

Existem teses que demonstram que a adoção do domingo em lugar do sábado não ocorreu na primitiva igreja de Jerusalém, por virtude de autoridade apostólica, mas aproximadamente um século depois na igreja de Roma.
Sob a influência cultural paganizadora do império romano, o cristianismo dos primeiros séculos acabou absorvendo vários elementos de origem pagã, dentre os quais se destaca o culto ao sol de origem persa.

Mitraísmo

Os mitraístas romanos veneravam o sol invictus cada domingo e celebravam anualmente o seu nascimento no dia de 25 de dezembro. Tentando harmonizar alegoricamente o sol invictus com o “sol da justiça” do cristianismo (Malaquias 4.2, João 8.12), muitos cristãos começaram a adorar a Cristo no domingo como “dia do sol”, com o duplo propósito de se distanciarem do judaísmo perseguido pelos romanos e de se tornarem mais aceitos dentro do próprio império romano. Mas o que parecia inicialmente apenas um sincretismo religioso começou a assumir um caráter institucional. A 7 de março de 321 d.C., o imperador Constantino, um devoto adorador de mitra, decretou “que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do sol”.

Esse decreto foi seguido por várias medidas eclesiásticas para legalizar a observância do domingo como dia de guarda para os cristãos. O próprio catecismo romano, 2.ª ed. (Petrópolis, RJ: vozes, 1962), pág. 376, reconhece a atuação da igreja católica nesse processo, ao declarar: “a igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do sábado”.

Não estamos aqui para dizer o que está correto: guardar o sábado ou o domingo, mas sim para entendermos que um dia deve ser do Senhor. O quarto mandamento fala de um dia de descanso e de adoração ao Senhor. Deus julgou essa questão tão importante que a inseriu em sua lei moral. O descanso requerido por Deus é uma prévia da redenção que ele assegurou para o seu povo (Deuteronômio 5.12 a 15). Os israelitas foram levados em cativeiro (jeremias 17.19 a 27) por haver repetidamente desrespeitado este mandamento.

Quando Deus proíbe o trabalho é porque ele sabia que seu povo podia distrair-se impedindo-os de adorar. É muito fácil permitir que o trabalho e as responsabilidades sufoquem o nosso momento de adoração. Devemos guardar cuidadosamente o nosso momento com Deus. Deus ordenou o sábado porque o ser humano precisa passar um tempo tranquilo em adoração e descanso a cada semana. Observar um dia regular em nosso mundo agitado demonstra como ele é importante para nós, além de termos o benefício de renovar o nosso espírito. Quando nós usamos o dia de descanso para nosso deleite próprio, quebramos esse mandamento. Devemos sim parar de trabalhar para descansar e ouvir Deus. Quando paramos de trabalhar é que ele fará o seu maior trabalho. O sábado era um dia em que se comemorava tanto a criação (Êxodo 20.8) como a libertação do Egito (Deuteronômio 5.12 a 15). Era um dia especial.

Quando decidimos honrar primeiramente a Deus, recusamos fazer de qualquer coisa o nosso Deus.
Não podemos nos prender a letra da lei. Deus ama as pessoas e não as regras (curar no sábado). Os fariseus fizeram uma longa lista do que podiam e não podiam fazer. (João 9.14 a 16, Marcos 2.24) Jesus e seus discípulos não estavam colhendo as espigas por lucro, mas porque estavam com fome.

O significado espiritual do sábado

O dia do sábado era uma sombra da realidade espiritual trazida por Cristo (Colossenses 2.16 e 17). O sábado significa descanso e libertação do trabalho:  Cristo trouxe o descanso e a libertação do pecado.  Jesus é o descanso para o qual a sombra do sábado apontava (Mateus 11.28 e 30). Mesmo a libertação e o descanso que Jesus nos dá agora são apenas uma antecipação do descanso verdadeiro que os cristãos experimentarão no céu (Hebreus 4.9).
O quarto mandamento hoje, qual o nosso conceito do domingo?

É necessário que tenhamos a convicção de que o chamado à adoração, o desejo de estar cultuando ao Senhor, e o descansar de nossas atividades diárias, por intermédio de um envolvimento com as atividades da igreja, encontra base e respaldo bíblico. É mais do que uma questão de costumes, do que uma posição opcional. É algo tão importante que faz parte da lei moral de Deus. Normalmente nos perdemos em discussões inúteis sobre detalhes, procurando prescrever a outros uma postura de guarda do quarto mandamento conforme nossas convicções, ou falta delas.

Assumimos uma atitude condenatória, procurando impor regras detalhadas e, muitas vezes, seguindo restrições da lei cerimonial, em vez do espírito da lei moral. Antes de nos perdermos no debate dos detalhes, estamos nos aprofundando no princípio? Temos a postura de tornar realmente o domingo um dia diferente, santificado, dedicado ao Senhor e à nossa restauração física? Seja fiel, e Deus abençoará grandemente sua vida; afinal ele já prometeu no Salmo 119.165 “grande paz têm os que amam a tua
lei, para eles não há tropeço”.


Senhor, este tipo de mandamento deveria ser um dos mais fáceis de obedecer. Todavia quase sempre acho que é o mais difícil. O Senhor nos disse para descansar porque precisamos desesperadamente disso.

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