29/05/2017

Certeza de vida eterna



Certeza de vida eterna é possível?

Vamos considerar o que 1 João 5.11 a 13 "E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e essa vida está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida. Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que creem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna”.

Deus quer que saibamos que temos a vida eterna. Estes versos explicam claramente que aqueles que têm acreditado em Jesus Cristo e aceito a Ele como seu salvador pessoal têm vida eterna.

Vida eterna é o que o próprio nome diz: Eterna.

Romanos 8.38 e 39 diz: "Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Nada pode separar um Filho de Deus do seu Pai.

Certeza de vida eterna, por que tenho dúvidas?

Muitos crentes têm duvidado de sua segurança de salvação mas em João 11.26 “E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?”. Eles talvez estejam passando por um período de instabilidade emocional, assim como muitos servos de Deus foram levados ao deserto para serem provados, nós também temos que enfrentar nosso deserto. Talvez eles tenham aberto as portas para dúvidas ou estão sendo levados pelas emoções, mas se conhecemos as escrituras sabemos que em Oseias 4.6 “Meu povo foi destruído por falta de conhecimento”. Talvez estejam passando por uma época de seca na vida espiritual e não estão experimentando alegria em sua caminhada espiritual. Isso também pode ser causado por pecado não confessado e talvez satanás esteja tentando enganá-los e fazê-los acreditar que não são bons os suficientes para receber o perdão de Deus e a recompensa da vida eterna.

Tenha certeza que muitos lutam com situações assim de vez em quando. Essas sugestões podem ajudar:

Peça ao Senhor para lhe revelar algum pecado não confessado. Arrependa-se do seu pecado. Leia sua Bíblia diariamente. Estude versos específicos sobre salvação. Ore regularmente. Fale com Deus e peça a Ele para ajudá-lo. Confie no Senhor. Lembre-se de que Ele o ama imensamente. Repreenda qualquer dúvida em sua mente. Certeza de Salvação, compreenda o Suporte Bíblico
Jesus nos diz que Ele nos dá vida eterna e que nada pode tirá-la de nós: João 10.27 a 30 “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um".
Salvação e a vida eterna é um presente da graça de Deus. Efésios 2. 8 e 9 diz: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus. não por obras, para que ninguém se glorie”.

Vamos nos assegurar no fato de que "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Romanos 10.13).
Ter esse conhecimento deve nos dar esperança. Podemos saber que Cristo vai nos reivindicar como pertencentes a Ele por toda a eternidade. 1 Tessalonicenses 4.16 e 17 “Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois disso, os que estivermos vivos serão arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre”.

1 – Podemos confiar no caráter de Deus

Deuteronômio 32.4 “Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é”.
Salmos 145.17 e 18 “O Senhor é justo em todos os seus caminhos e é bondoso em tudo o que faz. O Senhor está perto de todos os que o invocam, de todos os que o invocam com sinceridade”.
Malaquias 3.6 "De fato, eu, o Senhor, não mudo”
Números 23.19 “Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir”?
Então entendemos que se Deus é a Rocha, as suas obras são perfeitas, os seus caminhos são justos, Ele fiel, não comete erros, De fato Ele não muda e não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa, com certeza podemos confiar em seu caráter, termos certeza que suas promessas se cumpriram em nossas vidas, inclusive a de que teremos vida eterna.

2 – A vida eterna é uma promessa desse Deus perfeito

João 6.47 “Asseguro-lhes que aquele que crê tem a vida eterna”
João 10.10 “O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente”.
João 5.24 "Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida”.
Efésios 1.13 “Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa”.
2 Coríntios 1.21 e 22 “Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o seu Espírito em nossos corações como garantia do que está por vir”.
1 Timóteo 1.15 “Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior”.
Creio então com toda certeza que vida eterna é uma promessa de Deus para nós que somos seus filhos.

3 – A importância da obra realizada por Cristo

Hebreus 9.13 e 14 “Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo!
Hebreus 10.17 e 18 “Dos seus pecados e iniquidades não me lembrarei mais". “Onde essas coisas foram perdoadas, não há mais necessidade de sacrifício pelo pecado”.
Miqueias 7.19 “De novo terás compaixão de nós; pisarás as nossas maldades e atirarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar”.
Tito 1.2 “fé e conhecimento que se fundamentam na esperança da vida eterna, a qual o Deus que não mente prometeu antes dos tempos eternos”. Por isso podemos e devemos confiar em Cristo que ele nos reserva a vida eterna com Ele.
João 6.40 “Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia".
João 6.58 “Este é o pão que desceu do céu. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste pão viverá para sempre".

Então vemos que a obra de Cristo é tão importante para nós, pois Ele pagou um alto preço por todos nós na cruz derramando seu precioso sangue, apagando assim todos os nossos pecados e garantindo uma vida eterna para nós ao seu lado.

Devemos entender três coisas, quem já recebeu Jesus como seu único e verdadeiro Salvador tem direito a essa vida eterna, temos a remissão de nossos pecados, claro que ainda pecamos, mas sempre que buscamos encontramos perdão, e todos temos que entender que mediante a fé em Cristo somos filhos de Deus.

Depois que recebemos Jesus como Salvador devemos continuar dia-a-dia nossa caminhada com Ele, temos que crer e entender que temos o Espírito Santo em nossas vidas para nos conduzir e somos assim feitos novas criaturas em Cristo.

E a maior de todas as seguranças que Jesus nos da é a certeza de que teremos a vida eterna.

26/05/2017

A manifestação do amor ao próximo 2


Lucas 10.25 a 37 “Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna? O que está escrito na Lei?, respondeu Jesus. Como você a lê? Ele respondeu: Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento e ame o seu próximo como a si mesmo. Disse Jesus: Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Em resposta, disse Jesus: Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver. Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? Aquele que teve misericórdia dele, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: Vá e faça o mesmo.

Na última lição vimos quatro manifestações de amor ao próximo baseadas na parábola do bom samaritano. Hoje, concluiremos o assunto apresentando mais cinco evidências. Portanto, quem verdadeiramente ama o seu próximo:

Renuncia a si mesmo pelo cuidado do próximo - Lucas 10.34 “Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele”. Tudo o que aconteceu até aqui se deu a partir de onde se encontrava o ferido, no chão (muitas vezes quando vemos pessoas no chão passando por dificuldades, em vez de ajudar e cuidar delas, não, ainda achamos a culpa dos acontecimentos nela mesma e criticamos). Mas chegou à hora de avançar um pouco mais nesse processo de restauração. É preciso tirá-lo do chão e colocá-lo no lugar de quem o ajudou. O bom samaritano cedeu o seu próprio lugar de conforto e o deu a quem precisava mais do que ele, naquele momento. Jesus fez o mesmo por nós, não oferecendo um animal para nos carregar quando não tínhamos condições de andar direito, mas carregando-nos, ele mesmo, em seus braços de amor. Cuidar de alguém nem sempre será algo fácil. Muitas vezes teremos de abrir mão de direitos nossos para pensarmos no que vai realmente ser de importância para outra pessoa. Ceder o nosso animal talvez represente doar nosso tempo, a nossa casa, ou qualquer outra coisa nossa que seja importante para alguém em tempos de restauração (que o Senhor nos de graça e sabedoria para sermos agentes de restauração na vida das pessoas).

Conduz o processo de restauração do próximo – (Lucas 10.34), do chão à hospedaria. O ferido não tinha como chegar lá por conta própria. Ele foi conduzido por um processo de restauração de forma zelosa. Jesus também nos conduziu por um processo de restauração. Ele nos ensinou o caminho do arrependimento e da fé em Deus. Mostrou-nos a importância do batismo nas águas e do batismo no Espírito Santo (lembrando que batismo não orar em línguas e sim a manifestação dos frutos do espírito). Incentivou-nos a permanecer debaixo de um discipulado contínuo e em santidade de vida. E, por último, nos ordenou pregar o evangelho a toda criatura enquanto aguardamos sua gloriosa vinda. Em nossa estrutura de ministério podemos fazer a mesma coisa, tendo em mente que as pessoas precisam ser ganhas, consolidadas, treinadas e enviadas para cumprir, cada uma, seu chamado divino.

Investe no pleno restabelecimento do próximo – Lucas 10.35 “No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver”. Talvez uma das áreas mais delicadas da nossa vida seja a área financeira (Jesus disse: Mateus 6.21 “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”) tem pessoas que depois de convertidas começam a conquistar bens materias e se afastam de Deus, por amor ao dinheiro. Alguns fazem do dinheiro o seu tesouro, e assim contaminam seus corações. O bom samaritano, no entanto, tinha como tesouro fazer a vontade de Deus servindo aos homens. Por isso, ele não hesitou ao colocar a mão no bolso para investir na plena recuperação do seu novo amigo (lembrando que um denario era um dia de serviço naquela época). Jesus não apenas investiu dinheiro na nossa salvação; ele fez mais do que isso, investindo tudo o que tinha, até mesmo a sua própria vida. Quando estamos empenhados na salvação das pessoas, certamente teremos de investir no nosso preparo através de congressos, seminários, livros, cursos, bem como, quando necessário, na própria vida de quem acabamos de resgatar. O investimento não se limita à doação de dinheiro, mas também na forma de dedicação das nossas vidas em prol do outro (mais do dinheiro devemos investir tempo e amor na vida das pessoas, pois isso não tem dinheiro que paga).

Envolve outras pessoas no cuidado do próximo – (Lucas 10.35), o bom samaritano sabia qual era a parte que lhe cabia no cuidado do seu semelhante, mas estava consciente de que não podia fazer tudo sozinho. Por isso, envolveu mais alguém nesse desafio. Jesus fez o mesmo quando chamou seus doze discípulos. Ele sabia que a seara era grande demais e que poucos eram os ceifeiros. Com essa visão, separou doze homens e os envolveu nesse grande desafio de ir buscar as ovelhas perdidas que precisavam de salvação e libertação. Se quisermos seguir seu exemplo, precisaremos também formar os nossos próprios discípulos e prepará-los para cuidarem daqueles que o senhor nos têm confiado (nosso pequeno grupo é um exemplo, estamos aqui aprendendo uns com os outros e crescendo em conhecimento para ajudarmos outras pessoas a crescerem amanhã). É assim que se multiplica o reino de Deus “ovelha gera ovelha”.

Promete voltar para receber o próximo, são e salvo – (1035), em toda a parábola fica bastante claro que ela se refere a Jesus. Ele é o bom samaritano que veio se identificar com o homem e se compadecer das nossas dores. E ao prometer ao hospedeiro que iria voltar para arcar com todos os eventuais gastos adicionais com o homem em recuperação, deixa, mais ainda, a certeza de que o senhor fez essa promessa, na verdade, a todos nós. Jesus tem confiado às igrejas, aos pastores, aos líderes espirituais, e a todos os discípulos em geral, a responsabilidade de cuidar de todas as pessoas salvas. Porém, essa mordomia é apenas por um tempo, porque ele mesmo voltará para levar o seu rebanho para junto de si mesmo. Tendo em vista essa promessa, cabe a cada um de nós fazer o melhor possível para que as vidas a nós confiadas sejam plenamente restauradas. Devemos trabalhar para que elas estejam fortes e maduras quando tivermos de apresentá-las àquele que as confiou a nós (ai você diz: eu não sou pastor, eu não sou pregador, eles que se virem, não, ai que nos enganamos, pois vamos dar conta de nossos vizinhos, familiares, colegas de serviço e todos quantos tivermos a oportunidade de falar de Jesus).

Conclusão - Hoje vimos sobre o valor da renuncia para priorizar as necessidades do outro e da importância de levá-lo por todo o processo de crescimento espiritual, desde a salvação até sua formação como líder. Tudo isso demandará investimento e envolvimento de outras pessoas também. Jesus um dia voltará para receber os frutos de vidas salvas, curadas e libertas.


Aplicação - Procure seguir os mesmos passos do bom samaritano: renunciando em favor do outro, conduzindo-o pelo processo de restauração e discipulado, investindo e envolvendo outras pessoas no processo. Espere com paciência a volta do nosso senhor que o recompensará por todo o trabalho feito em prol de outras pessoas.

25/05/2017

A manifestação do amor ao próximo 1


Lucas 10.25 a 37 “Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: "Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna? O que está escrito na Lei? Respondeu Jesus. Como você a lê? Ele respondeu: Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento e Ame o seu próximo como a si mesmo. Disse Jesus: Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Em resposta, disse Jesus: Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver. Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? Aquele que teve misericórdia dele, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: Vá e faça o mesmo”.

Estaremos estudando sobre uma das Parábolas mais importantes mencionadas por Jesus: A Parábola do Bom Samaritano. Importante, principalmente, porque fala de como se colocar em prática o mandamento de amar ao próximo como a nós mesmos. Teremos a necessidade de dividi-la em duas lições, quando procuraremos apresentar como se manifesta o verdadeiro amor ao próximo. Portanto, o verdadeiro amor ao próximo:

Reconhece quem é o seu próximo, Mateus 10.33 - O sacerdote e o levita que passaram pelo mesmo caminho em que estava o homem ferido, não pararam para socorrê-lo, dentre tantos outros motivos, também por acharem que aquele homem não seria um problema deles. Eles pensaram – “Esse homem não é meu próximo!” Talvez, próximo para eles significava um parente, um amigo, alguém com quem tivessem alguma afinidade ou proximidade relacional; e nunca, um estranho que aparentava estar com problemas por possíveis erros cometidos. O samaritano não pensou como eles. Ele não se perguntou se o ferido era ou não um próximo seu. Imediatamente agiu como sendo ele mesmo o próximo de alguém que precisava de ajuda. Isso fez toda a diferença! Jesus se fez o nosso próximo quando não tínhamos condições de sermos próximos de ninguém. Andávamos feridos em nossos pecados e maltratados pelo Inimigo, até que Ele nos reconheceu como pessoas carentes da Sua ajuda. Agora que fomos curados, podemos também ser próximos dos que vivem hoje nas mesmas condições em que antes vivíamos (sempre que formos julgar as atitudes ou os acontecimentos que estão ocorrendo com alguém, devemos parar e pensar se não estávamos na mesma ou pior situação do que a pessoa que estamos querendo julgar, lembrando que Deus é o justo juiz e não nós, nunca devemos apontar o dedo a ninguém, pois sempre que apontamos um, imediatamente ficam três apontados para nós).

Vê a Necessidade do Próximo, Mateus 10.33 - O samaritano não apenas reconheceu a presença do próximo, como também viu a sua necessidade. Os primeiros que passaram por ali também viram, mas não quiseram saber. O samaritano, porém, viu e quis saber. Ele desejou se aprofundar naquela visão até perceber quais eram as reais necessidades daquele homem, a fim de saber como poderia ajudá-lo. Há uma passagem no Antigo Testamento em Êxodo 3.7 e 8a que diz assim: “De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito, tenho escutado o seu clamor, por causa dos seus feitores, e sei quanto eles estão sofrendo. Por isso desci para livrá-los” (por menos que nós possamos ver e entender Deus sempre esta olhando para as nossas aflições e nos livrando das mesmas, independente das quais sejam). Assim como Jesus viu exatamente quais eram nossas necessidades e trabalhou (e tem trabalhado) para supri-las, precisamos fazer o mesmo com outros (sei que é difícil, mas sempre que for fazer algo para alguém, procure fazer o melhor como se fosse para você mesmo, pois é isso que Deus tem feito por mim e por você, embora não sejamos merecedores).

Compadece-se da situação do próximo, Mateus 10.33 - O samaritano reconheceu o próximo e suas necessidades, mas ele precisava do elemento motivador mais importante para poder ajudá-lo de forma eficaz. Esse elemento chama-se: compaixão. Mais do que uma expressão dos sentimentos humanos, a compaixão aqui descrita, representa a manifestação dos sentimentos divinos. Ele sentiu pelo ferido o mesmo que Deus sentia pela mesma pessoa. Quando há sintonia entre os sentimentos divinos e humanos, verdadeiramente grandes coisas podem acontecer. Jesus se compadeceu da humanidade, e essa compaixão foi a mola propulsora para tudo o que veio a fazer desde que abriu mão da Sua condição divina a fim de tornar-se homem e viver entre nós (só por um instante imaginemos Jesus no céu, como seria sua condição, se a bíblia diz que lúcifer tinha os instrumento em seu corpo, caminhava sobre as pedras afogueadas e era um anjo de Luz, como não será o Filho de Deus, e mesmo assim ele abriu mão de tudo isso, se fez homem e se sacrificou por nós por compaixão dessa humanidade corrompida). A crescente compaixão pelos outros também deve ser o nosso motivo maior para fazer o que é importante por alguém.

Envolve-se com a vida do próximo, Mateus 10.34 - A compaixão divina no coração daquele homem o levou a interromper o curso natural de sua vida, para concentrar-se no que ele julgou ser mais importante: cuidar do homem ferido. Seus compromissos, atividades pessoais e afazeres, deram lugar a uma outra atividade. Todas as energias e emoções passaram a estar canalizadas para o suprimento da necessidade de uma outra pessoa, com quem estaria envolvido a partir de agora. Jesus não sentiu dor pela nossa necessidade apenas olhando-nos do céu. Sua compaixão o levou à ação. Ele se envolveu com o homem a ponto de tornar-se um de nós, para andar e viver entre nós, conhecendo todas as nossas necessidades. Não podemos ajudar as pessoas de forma eficaz se não nos envolvermos com elas (para podermos ajudar uma pessoa devemos viver o problema dela e participar da solução de forma eficaz, mas nunca deixar o problema dela nos afetar ou a nossa família).

Conclusão - O verdadeiro amor ao próximo se manifesta através da identificação de quem é o nosso próximo e de como podemos ser próximos dele. Entendendo que o próximo é aquele a quem podemos abençoar prestando socorro em tempos de necessidade, ou simplesmente, servindo no dia-a-dia. O amor genuíno abrirá nossos olhos para que vejamos suas necessidades e dilatará nosso coração até transbordar da compaixão divina por sua vida. Como conseqüência de tudo isso, desencadear-se-á um fluxo de ações concretas que nos inserirão no contexto de vida dessa pessoa, de tal maneira que possamos dizer que não apenas reconhecemos, vimos ou sentimos algo; mas sim que, verdadeiramente nos envolvemos com a pessoa e com a sua necessidade.


Aplicação - Pare um pouco para pensar nas pessoas que lhe cercam. Pense também nas que não estão tão próximas, geograficamente falando, mas que podem ser ajudadas por você de alguma forma, como se elas estivessem ao seu lado. Comece a ver suas necessidades com os olhos da alma. Agora, permita ao Espírito Santo que introduza em seu espírito o sentimento divino da compaixão, e pergunte-lhe como você pode fazer diferença na vida dessas pessoas. Além disso, esteja pronto para agir a qualquer momento do seu dia, caso surja alguma oportunidade para abençoar alguém. Na próxima semana veremos mais cinco manifestações do verdadeiro amor ao próximo, segundo a Parábola do Bom Samaritano. 

23/05/2017

A queda


Gênesis 3.6 “E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela”.

Na carta aos Romanos, Paulo afirma que toda a humanidade está por natureza sob a culpa do pecado, sob o reino da morte e sob a inescapável ira de Deus (Romanos 1.18 e 19 “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou”, Romanos 3.9,17 e 21 “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado - E não conheceram o caminho da paz - Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas”). Ele relaciona a origem desse estado ao pecado de um homem. Adão, que ele descreve como nosso ancestral comum (Atos 17.26 “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação”, Romanos 5.12 a 14 “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir”, 1Corintios 15.22 “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”). Paulo, como apóstolo, deu sua interpretação autorizada à história registrada em Gênesis 3, onde encontramos a narrativa da queda, a desobediência humana original, que afastou o homem de Deus e da santidade, e lançou-o no pecado e na perdição. Os principais pontos dessa história, vista pelas lentes da interpretação de Paulo são:

Deus fez do primeiro homem o representante de toda sua posteridade, exatamente do mesmo modo como faria de Cristo o representante de todos os eleitos de Deus (Romanos 5.15 a 19 “Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos”, Romanos 8.29 e 30 “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”, Romanos 9.22 a 26 “E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo”).

Em ambos os casos, o representante envolveu aqueles a quem representou nos resultados de sua ação pessoal, quer para o bem (no caso de Cristo), quer para o mal (no caso de Adão). Esse arranjo divinamente estabelecido, pelo qual Adão determinou o destino de seus descendentes, tem  sido chamado de a “aliança das obras”, ainda que essa frase não ocorra nas Escrituras.
Deus colocou Adão num estado de felicidade e prometeu a ele e sua posteridade confirmá-los nesse estado permanentemente, se Adão mostrasse fidelidade, obedecendo ao mandamento de Deus, não comendo da árvore descrita como a “arvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2.17 “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”). Aparentemente, a questão era se Adão aceitaria Deus determinar o que era bom e mal ou se procuraria decidir isso por si mesmo, independentemente do que Deus lhe tinha dito.

Adão, levado por Eva, que por sua vez foi induzida pela serpente (Satanás disfarçado, 2 Coríntios 11.3 e 14 “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo - E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz”, Apocalipse 12.9 “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele”) afrontou a Deus comendo do fruto proibido. Como conseqüência, primeiro de tudo, a disposição mental que se opõe a Deus e se engrandece a si mesmo, expressa no pecado de Adão, tornou-se parte dele e da natureza moral que ele transmitiu aos seus descendentes (Gênesis 6.5 “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”, Romanos 3.9 a 20 “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”). Em segundo lugar, a Adão e Eva foram dominados por um senso de profanação e culpa, que os levou a ter vergonha e medo de Deus, com justificada razão. Em terceiro lugar, eles foram amaldiçoados com expectação. Fez para ele vestimenta para cobrir sua nudez e prometeu-lhes que, um dia, a Semente da mulher esmagaria a cabeça de serpente. Essa promessa prenunciou Cristo.

Ainda que essa historia, de certo modo, seja contada em estilo figurado, o livro de Gênesis pede-nos que a leiamos como historia. No gênesis, Adão está ligado aos patriarcas e, através deles, por genealogia, ao resto da raça humana (Gênesis 5.10 e 11 “E viveu Enos, depois que gerou a Cainã, oitocentos e quinze anos, e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enos novecentos e cinco anos, e morreu”), fazendo dele uma parte da historia, tanto quanto Abraão, Isaque e Jacó.Todas as principais personalidades do livro de Gênesis, depois de Adão exceto José são mostradas claramente como pecadoras de um modo ou de outro, e a morte de José, como a morte de quase todos os outros na historia, é cuidadosamente registrada (Gênesis 50.22 a 26 “José, pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu José cento e dez anos. E viu José os filhos de Efraim, da terceira geração; também os filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de José. E disse José a seus irmãos: Eu morro, mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui. E morreu José da idade de cento e dez anos, e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito”). A afirmação de Paulo: em Adão, todos morrem (1 cor 15.22 “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”) só torna explicito aquilo que o Gênesis já deixa claramente implícito.


É razoável afirmar que a narrativa da queda sozinha dá uma explicação convincente para a perversão da natureza humana. Pascal disse que a doutrina do pecado original parece uma ofensa a razão, porem, uma vez aceita, dá sentido total á condição humana. Ele estava certo, e a mesma coisa poderia e deveria ser dita a respeito da própria narrativa da queda.

21/05/2017

A generosidade no reino dos céus


Mateus 20.1 a 16 “Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha. E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha. E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça, E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo. E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia? Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo. E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros, até aos primeiros. E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um. Vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um dinheiro cada um. E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família, Dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia. Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo um dinheiro? Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti. Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.

Introdução

O Reino dos céus é um reino de generosidade, onde o mais importante não é o que o homem faz por merecer, mas sim o que recebe sem mérito algum. Na parábola de hoje veremos sobre a atitude do senhor da vinha em relação aos que nela trabalharam por um dia. Observaremos como Deus manifesta sua generosidade para conosco.

1 - Chamando trabalhadores para a sua vinha (20.1 a 7). O senhor da parábola que chama trabalhadores para a sua vinha representa o nosso próprio Deus. Pela graça divina fomos salvos, perdoados de nossos pecados e libertos de nossas amarras para vivermos em novidade de vida. Além disso, através da mesma graça que agiu para a nossa salvação, também fomos chamados para trabalhar no Reino de Deus. Então entendemos que o senhor da vinha é Deus, a vinha é o mundo e os trabalhadores somos nós. Poderíamos trabalhar inteiramente de graça, apenas por gratidão pelo tanto que Ele nos fez. No entanto, o Pai decidiu nos recompensar, ainda que não merecêssemos coisa alguma. Além de nos salvar de uma vida de infelicidade, vazia e destruição certa, da morte e sofrimento eterno, Ele ainda nos recompensa(citar exemplos). Em várias passagens da Bíblia vemos falar sobre recompensa, galardão, retribuição, (Genesis 15.1 “Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa" e Mateus 5.12 “Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês" e Mateus 10.42 “E se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água fria a um destes pequeninos, porque ele é meu discípulo, eu lhes asseguro que não perderá a sua recompensa". Portanto, mesmo sem merecimento algum, o Senhor nos chama para trabalhar em seu reino e nos faz uma promessa de recompensa. No passado não éramos dignos de coisa alguma. Andávamos pela Vida sem propósito, tristes e perdidos. Mas agora, por sua graça, além da nossa vida se encher de significado especial, fomos também chamados para servi-lo em Seu Reino com a promessa de uma grande recompensa. Glória a Deus por sua generosidade!

2 - Retribuindo conforme o seu Espírito generoso (20.8 a 15). Os trabalhadores foram contratados para trabalhar a partir de horas diferentes do dia. Uns foram chamados às 6 horas da manhã, outros às 9h, outros ao meio-dia, outros às 15h, e os últimos às 17h. Provavelmente às 18 h. Ou aproximadamente, encerrou-se o expediente de trabalho, quando o senhor da vinha chamou o administrador e pediu-lhe para pagar os trabalhadores começando pelos últimos (aqui vemos que muitos são chamados em vários horários diferentes, assim também é hoje nós fomos chamados agora, outros serão chamados amanhã, outros depois de amanhã, mas devemos ter em mente que a recompensa será a mesma para todos nós, a vida eterna). Ele já havia combinado com os primeiros que o salário deles seria de um denário (o referente a um dia de trabalho). Quando os que trabalharam apenas uma hora (os que foram chamados por último), receberam um denário cada um, sendo assim também para com os demais trabalhadores chamados nas demais horas do dia, os primeiros então se queixaram alegando serem merecedores de um valor maior por terem trabalhado mais. Jesus certamente quer mostrar nesta parábola que, rapidamente, podemos nos esquecer que não merecemos sequer o denário prometido. Facilmente nos esquecemos de quem éramos, míseros pecadores, e que pela graça fomos elevados a uma posição de servos, e até amigos do Rei. Bem facilmente somos tentados a olhar para o que os outros receberam ou têm recebido, e logo, achar que merecíamos também isso ou aquilo. Para mostrar que não era por merecimento e sim por sua generosidade é que o senhor da vinha faz algumas coisas diferentes:

a) Começa a pagar pelos últimos e não pelos primeiros;

b) Paga aos que trabalharam menos a mesma quantia paga aos que trabalharam mais;

c) Prova que não lesou a ninguém, mas que foi honesto para com os que trabalharam mais, e generoso para com os que trabalharam menos. Portanto, a forma de pagamento aos seus trabalhadores não foi baseada na quantidade de horas trabalhadas, mas no espírito honesto e generoso de quem os contratou.

3. Ensinando a religiosos e pecadores, judeus e gentios (20.16). Nos dias de Jesus havia muitos religiosos que se julgavam serem os primeiros trabalhadores. Supunham conhecer mais as Escrituras, acreditavam serem os mais cumpridores da Palavra de Deus e merecedores de maior honra no Reino dos Céus. Em contrapartida, o evangelho estava sendo pregado também aos pobres em todos os sentidos. Muitos pecadores estavam se convertendo de suas iniqüidades e vindo para a luz do Senhor. Estes representavam os últimos, da última hora. Jesus também certamente tinha em mente os judeus e os gentios (gentio é todo aquele que não é judeu). Os judeus receberam a Palavra primeiro que os gentios(Mateus 10.5 e 6 “Jesus enviou estes doze com as seguintes instruções: "Não se dirijam aos gentios, nem entrem em cidade alguma dos samaritanos. Antes, dirijam-se às ovelhas perdidas de Israel). No entanto, muitos gentios abraçaram a fé com muito mais intensidade do que muitos judeus. Os primeiros trabalhadores, pelo tempo de trabalho deviam ser mais maduros. Porém, revelaram orgulho, inveja, competição, além do desejo de serem honrados. Não se alegraram com a generosidade do senhor da vinha em relação aos demais trabalhadores (devemos nos alegrar quando um novo convertido tem uma experiência com Deus, ou recebe uma grande benção do senhor, mas ao invés disso muitas vezes ficamos duvidando ou até mesmo criticando, quando devíamos glorificar a Deus). Tiveram o mesmo descontentamento do irmão mais velho da parábola do filho pródigo, que não se alegrou com a volta ao lar do irmão que estava perdido. Esse sentimento pecaminoso é que transforma os primeiros, em últimos. E aqueles que humildemente recebem o favor divino com coração agradecido e permanecem servindo com a mesma atitude, são promovidos de últimos a primeiros.

Conclusão

Deus é generoso para com os seus filhos e deseja que estes andem no mesmo espírito de generosidade para com os seus irmãos. O contrário disso é base para a inveja, o ciúme e todo espírito de julgamento, que, como erva daninha, contamina todo o campo.

Aplicação


Alegre-se com o que Deus tem feito na vida de outras pessoas, ou através delas. Elimine todas as possíveis raízes de insatisfação ou inveja em relação ao outro. Peça ao Senhor que lhe dê um coração generoso para sempre buscar o crescimento de outras pessoas, e também humilde para nunca se julgar mais merecedor do que elas.

18/05/2017

A imagem de Deus



Gênesis 1.27 “E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.

As escrituras ensinam (Gênesis 1.26 a 27 “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” Gênesis 5.1 “Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez”, Gênesis 9.6 “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem”,  1 Coríntios 11.7 “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem”,  Tiago 3.9 “Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus”) que Deus fez o homem e a mulher á sua própria imagem, assim de que os seres humanos são semelhantes a Deus, como nenhuma outra criatura terrena é. A dignidade especial dos seres humanos está no fato de, como homens e mulheres, poderem refletir e reproduzir – dentro de sua própria condição de criaturas, os santos caminhos de Deus. Os seres humanos foram criados com esse propósito e, num sentido, somos verdadeiros seres humanos na medida em que cumprirmos esse propósito.  O que tudo envolve essa imagem de Deus na humanidade não está especificado em Gênesis 1.26 e 27, mas o contexto da passagem nos ajuda a defini-lo.

O texto de Gênesis 1.1 a 25 “No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. E chamou Deus à expansão Céus, e foi à tarde e a manhã, o dia segundo. E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom. E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro. E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia quarto. E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra. E foi a tarde e a manhã, o dia quinto. E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi. E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

Descreve Deus como sendo pessoal racional (dotado de inteligência e vontade), criativo, governando o mundo que criou, e um ser moralmente admirável (pois tudo o que criou é bom). Assim, a imagem de Deus refletirá essas qualidades. Os versículos 28 e 30 mostram Deus abençoando os seres humanos que acabara de criar, conferindo-lhes o poder de governar a criação, como seus representantes e delegados.

A capacidade humana para comunicar-se e para relacionar-se tanto com Deus como com os outros seres humanos aparece como outra faceta dessa imagem. Por isso, a imagem de Deus na humanidade, que surgiu no ato de criador de Deus, consiste em:

A - Existência do homem como uma “alma” ou “espírito” (Gênesis 2.7), isto é, como ser pessoal e autoconsciente, com capacidade semelhante à de Deus para conhecer, pensar em agir;

B - Ser uma criatura moralmente correta qualidade perdida na queda, porém agora progressivamente restaurada em Cristo (Efésios 4.24 “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”, Colossenses 3.10 “E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”)

C - Domínio sobre o meio ambiente;  

D - Ser o corpo humano o meio através do qual experimentar a realidade, nos expressamos e exercemos domínio e

E - Na capacidade que Deus nos deu para usufruir a vida eterna.



A queda deformou a imagem de Deus não só em Adão e Eva, mas em todos os seus descendentes, ou seja, em toda a raça humana. Estruturalmente, conservamos essa imagem no sentindo de permanecemos seres humanos, mais não funcionalmente, por sermos escravos do pecado, incapazes de usar nossos poderes para espelhar a santidade de Deus. A regeneração começa em nossa vida e processo da restauração da imagem moral de Deus. Porém, enquanto não fomos inteiramente santificados e glorificados, não podemos refletir, de modo perfeito, a imagem de Deus em nossos pensamentos e ações, como fomos criados para fazer e como o Filho de Deus encarnado refletiu na sua humanidade (João 4.34 “Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra”, João 5.30 “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. 

Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou”, João 6.38 “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”, João 8.29 “E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada”.

16/05/2017

A força do perdão no reino dos céus


Mateus 18.21 a 35

Queremos ministrar ao seu coração sobre um dos temas mais libertadores da Bíblia: O perdão. Diante dele nenhum inimigo escravizador pode triunfar. Ele retira todos os argumentos, faz cessar toda a contenda e calar toda contrariedade. O perdão traz alívio e sossego para a alma aflita. Ele revela o amor de Deus e por isso é tão poderoso assim. Desfrute desse maravilhoso tema e seja grandemente abençoado pelo Pai.

Na estrutura deste estudo queremos responder à seguinte pergunta:

Por que devo perdoar? Porque o Perdão é Um dos Temas Principais do Reino dos Céus.

Mateus 18.23 “... O Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos...”.
Antes de qualquer coisa, precisamos entender que não podemos experimentar o Reino dos céus e seus benefícios sem passarmos pela experiência do perdão. A parábola tanto fala do perdão recebido por Deus quanto da necessidade de se perdoar o próximo. Assim como só podemos entrar no Reino dos céus através do perdão dos nossos pecados, só podemos nele permanecer se tivermos a mesma atitude perdoadora para com os nossos ofensores.

Por que devo perdoar? Porque a Minha Dívida Para Com Deus era Infinitamente Maior do que a Dívida do Meu Próximo Para Comigo.

Mateus 18.24 e 28 “Passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos... Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários...”.
Quando o rei foi acertar contas com seus servos, ele encontrou alguém que lhe devia um valor altíssimo, dez mil talentos, que não tinha como pagar. Um talento era equivalente a seis mil dias de trabalho. A dívida desse homem era de dez mil talentos, ou seja, o equivalente a aproximadamente 164.383 anos de trabalho. Tamanha era a dívida que seria necessária à venda como escravos do devedor, sua mulher, seus filhos e de tudo quanto possuísse, a fim de se restituir todos os valores devidos ao rei.

Isso ilustra a nossa condição de pecadores diante de Deus. O preço da nossa dívida espiritual era altíssimo. Não tínhamos condições de pagar porque já nascemos com essa herança e vivemos a vida toda com ela. Nada seria suficiente para saldá-la: nem boas obras, nem o possuir uma religião ou coisa parecida. Porém, assim como o rei, movido de compaixão, perdoou seu servo de tão grande saldo devedor, assim o Pai Celestial agiu para conosco. Fomos perdoados e declarados livres de toda a culpa, sem que tivéssemos de pagar coisa alguma. Glória a Deus por isso!
Um pouco mais adiante, porém, esse mesmo servo que havia acabado de ser liberado, encontrou um amigo, um conservo seu, que lhe devia apenas cem denários, um valor referente a cem dias de trabalho (somente três meses e dez dias). E agindo para com ele de forma violenta, exigiu o pagamento imediato.

Isso ilustra a possibilidade de alguém ter recebido tamanha graça perdoadora da parte de Deus, e não ter a mesma capacidade de agir com misericórdia para com os outros. O problema mais grave aqui abordado é o fato do devedor perdoado não ter a consciência de ser a dívida dele para com o rei infinitamente maior do que o que lhe devia o conservo. Precisamos entender o que Jesus nos quer ensinar. Não importa o que alguém tenha feito de mal para comigo ou contra alguém que amo. O meu pecado para com Deus era maior, e dele fui liberado. Quando penso assim, e só quando penso assim, é que terei condições de sentir compaixão de quem falhou ou pecou contra mim. Quando digo: “não perdoarei tamanha transgressão dessa pessoa”, estou deixando de ver a minha própria condição anterior que também era lastimável e miserável.

Por que devo perdoar? Porque o perdão revela a compaixão divina no coração, e o contrário, o domínio de uma vontade humana não redimida.

Mateus 18.27 e 30 “E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora, e perdoou-lhe a dívida... Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida”.
Depois de ouvir as súplicas por misericórdia, o rei, movido de íntima compaixão pelo devedor, decide liberá-lo em paz, perdoando toda a dívida. Não exigiu mais que fosse paga qualquer quantia. Não se ressentiu pelo prejuízo assumido, nem ameaçou vingança em ocasião oportuna. Nenhumas dessas atitudes negativas tiveram lugar no coração do rei, porque ele era dominado por outro espírito, muito mais nobre.

O sentimento de íntima compaixão por alguém é divino. Toda a vez que Jesus se moveu de íntima compaixão por alguém, algum milagre extraordinário aconteceu: 1) A multidão enferma e a cura de suas doenças, Mateus 14.14, 2) A viúva e a ressurreição de seu único filho, Lucas 7.11 a 15, 3) O pai em busca do filho perdido – Lucas 15.20, em todos esses casos a íntima compaixão esteve fortemente presente e os resultados foram maravilhosos: Cura, libertação, restauração, provisão, e até mesmo, ressurreição. Para perdoar alguém também precisamos desse sentimento divino e sobrenatural. Ele já está presente e disponível no coração de alguém que já foi redimido pelo sangue de Jesus Cristo. Portanto, basta decidir perdoar, que isso será plenamente possível, hoje e agora. Algumas pessoas dizem que para perdoar alguém, somente se for através de um milagre. Pois bem, já vimos acima que a compaixão de Deus transbordante no coração resultou em milagres extraordinários. É assim porque ela vem de Deus, e só Ele pode liberar o poder necessário para remover tamanhos obstáculos.

Por outro lado, o que fora perdoado pelo rei, encontrando um conservo seu que lhe devia alguma coisa, simplesmente não se compadeceu dele como o rei havia se compadecido em seu favor. O texto bíblico nos relata que o conservo também suplicou por paciência que tudo seria pago. Mas ele não quis!
O “não querer perdoar” revela uma vontade humana não redimida pelo sangue de Jesus. O mover-se de íntima compaixão, sim. Alguém que não quer ter paciência, ou misericórdia, ou liberar perdão, ainda está sob o domínio de uma vontade escravizada pelo pecado. Essa vontade prisioneira precisa conhecer a liberdade de Cristo. Quando isso acontece, ela começa a experimentar a compaixão de Deus em relação às pessoas, a fim de vê-las como o Senhor as vê.

Por que devo perdoar? Porque o perdão nos livra de transformar o nosso coração em uma prisão.

Mateus 18.30 “Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida”.
Não querendo perdoar a dívida, o passo seguinte foi lançar o devedor na prisão, até que todo o valor fosse pago. Em vez de soltar através do perdão, decidiu prender através da retenção do perdão. O perdão solta, libera. O contrário, prende, retém. O pior de tudo é que as pessoas a quem não perdoamos não ficam presas em algum lugar físico deste mundo em que vivemos. Elas ficam presas em nosso coração e em nossas emoções. Para onde vamos levamos conosco nossos agressores. Acordamos, trabalhamos, descansamos e dormimos com eles em nossas lembranças. Se elas fossem boas até valeria a pena conservá-las durante toda a vida. Porém, trata-se de memórias que gostaríamos de apagar por nos trazerem mal estar. Mas a ausência do perdão, infelizmente, prende o agressor, o mal praticado e todas as impressões negativas que fizeram parte daquele ato, todos eles juntos, dentro do nosso coração, fazendo dele uma prisão.

Quando, porém, liberamos o perdão, estamos deixando sair livres não somente o agressor, mas a lembrança do mal praticado bem como todas as impressões negativas que ficaram impregnadas a partir do ocorrido. Portanto, é muito mais saudável para o corpo, para a alma e para o espírito, perdoar, do que não perdoar. Devemos sempre nos perguntar sobre o que queremos fazer do nosso coração: uma prisão ou um jardim?

Por que devo perdoar? Porque o perdão nos livra de nos tornarmos dependentes da atitude dos outros.
Mateus 18.30 “ Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida”.

O homem que deixou de perdoar, antes preferindo prender, o fez “até que” o outro fizesse alguma coisa para resolver o problema. Fazendo isso, tornou-se dependente do outro. Quando perdoamos agimos na nossa liberdade de perdoar independentes da atitude do outro. Se a pessoa me pedir perdão, perdoo; se não pedir, também perdoo. Se o outro quiser conversar comigo, perdôo; senão, perdoo mesmo assim. Quando não perdoamos, porém, nos tornamos reféns das decisões e das escolhas de quem nos ofendeu. Ficamos colocando condições e sempre esperando alguma atitude positiva da outra parte. Caso nada aconteça, ficamos sujeitos à escravidão emocional e a ressentimentos devastadores para a nossa alma, talvez, por toda a vida.

Por que devo perdoar? Porque o perdão fecha a porta da tristeza para outras pessoas.

Mateus 18.31 “Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido”.
Até então a história contava com as seguintes personagens: o rei, o servo e o conservo. Mas agora, um novo grupo de pessoas surgiu: os amigos do servo. A recusa de se perdoar o conservo não ficou apenas entre eles dois. Os amigos dele ficaram sabendo e se entristeceram muito pelo ocorrido. Certamente, eles sabiam do grande favor que seu amigo havia recebido da parte do rei e se alegraram por isso. Mas agora, viram que a atitude para com o conservo havia sido totalmente destituída de graça. Daí a grande tristeza.

Geralmente nos conflitos de relacionamentos não resolvidos, sofrem mais pessoas do que somente as envolvidas diretamente no caso. Quase sempre filhos pagam pelo conflito entre os pais; amigos de longos anos de repente se vêem privados do convívio amistoso com todo o grupo; etc. Enfim, queremos dizer que a retenção do perdão não prejudica somente aquele que não foi perdoado. Prejudica quem não perdoou e também pessoas que acabam ficando sabendo da situação e que se entristecem por alguma relação que mantenham com pelo menos uma das pessoas envolvidas. Levando ainda mais para o lado espiritual, os anjos de Deus também acompanham nossas atitudes e também se entristecem quando não perdoamos. Há uma indicação de que os anjos comunicam ao Pai o que fazemos ou deixamos de fazer em relação às pessoas: Mateus 18.10 “Vede, não desprezeis a nenhum destes pequeninos; pois eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai, que está nos céus.” As escrituras ensinam que os anjos guardam e ministram ao povo de Deus (Salmo 91.11 “Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos” e Hebreus 1.14 “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?”) Vimos então que, a falta de perdão entristece a quem não perdoa, a quem não foi perdoado, a quem pertence ao círculo familiar ou de amizade dos envolvidos, bem como, aos anjos de Deus que sempre comparecem perante o Pai.

Por que devo perdoar? Porque o perdão nos livra dos atormentadores espirituais.

Mateus 18.34 “Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia”.
Quando o rei ficou sabendo da falta de misericórdia por parte de seu servo em relação ao conservo, não apenas ficou triste, mas irado. A ira geralmente nos leva a uma ação. Se for bem direcionada nos levará a agir para corrigir algum problema. Será a energia necessária para enfrentar uma situação problemática a fim de colocá-la em ordem. Assim agiu o rei para com o seu servo a quem já havia liberado o perdão. Diante do que ouviu, decidiu agir para com ele da mesma forma como o servo agira em relação ao conservo: Encerrando-o na prisão até que se pagasse toda a dívida. Seria bom rever o ensino de Jesus na oração do Pai Nosso: Mateus 6.12,14 e 15 “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas”.

A atitude não perdoadora do servo em relação ao conservo, foi uma péssima semeadura que ele lançou contra si mesmo. Agindo daquela forma, sem saber, estava fechando a porta da graça e da misericórdia para ele, sua esposa, seus filhos e tudo o que possuía. O perdão da dívida que já havia sido liberado, agora foi revogado. Lançado na prisão foi entregue aos atormentadores. Os atormentadores são espíritos demoníacos que agem na vida de quem não perdoa o seu próximo. São eles os responsáveis pelo agravamento da mágoa, pelos acessos de raiva e explosões de ira quando se mergulha nas lembranças do ocorrido, ou que acabam lançando a pessoa num profundo poço de depressão. Eles também atormentam através das lembranças, lançando dúvidas, medo, ódio, insegurança e culpa. Muitas pessoas que se tornaram prisioneiras desses espíritos já cometeram suicídio ou homicídio. Outras se tornaram frias e amargas nos seus relacionamentos. Em todas elas percebe-se o destilar da amargura, seja no olhar, no falar ou no andar. Somente o perdão pode realmente facilitar todas as coisas e fechar todas as brechas. Se alguém tem achado ser um preço muito alto perdoar a outra pessoa, diante do que já mencionamos, fica claro que paga muito mais caro quem não perdoa do que aquele que perdoa.

Conclusão


Nós vimos que o perdão é um dos temas principais do Reino de Deus. Por meio do perdão dos nossos pecados ingressamos nele, e somente mantendo a mesma atitude de Quem nos perdoou é que podemos nele permanecer. A dívida de alguém para comigo sempre será menor do que a dívida que eu tinha para com Deus. Somente um coração redimido pelo sangue de Cristo poderá ser canal da íntima compaixão divina em favor dos outros. O coração perdoador é semelhante a um jardim bem tratado e cultivado. Nele não há lugar para ressentimentos nem aprisionamentos de vidas. É esse tipo de coração que devemos ter como modelo para a nossa existência aqui na terra. A pessoa que perdoa é livre para perdoar em qualquer tempo. Não depende das pessoas nem das atitudes delas. O perdão é gerador de contentamento e plena satisfação que só o Reino de Deus pode trazer. Ele faz transbordar de alegria o coração de quem perdoa, de quem é perdoado, dos amigos do perdoador e do perdoado, dos anjos de Deus que acompanham nossas vidas, e acima de tudo, do próprio Pai Celestial que considera bom e suave que os irmãos vivam em união, Salmo 133.1. Na função de libertar as vidas, o perdão nos retira totalmente da zona de perigo e de acesso a espíritos atormentadores. Eles não têm legalidade para agir na vida de alguém que perdoa. São totalmente livres de toda e qualquer influência maligna nessa área, os que entram pelo caminho da obediência através da liberação dos seus devedores. Efésios 4.32 “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.