Lucas 18.1 a 8 “E contou-lhes também uma parábola
sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, dizendo: Havia numa cidade um
certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela
mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça
contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse
consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta
viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me
importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não
fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que
tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém
vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?
Nesta
parábola encontraremos estímulo para buscar a Deus de forma perseverante, com a
Certeza de que seremos ouvidos. Jesus nos apresenta uma situação totalmente
adversa para uma Viúva sob todos os aspectos, superada, porém, pela sua
persistência. Vejamos o nível de Dificuldade que a viúva enfrentou e comparemos
com nossos possíveis desafios. Se ela Prevaleceu, nós também prevaleceremos.
1 - Lucas 18.3, ela era uma viúva - Jesus escolheu
o tipo de pessoa que representa fragilidade (as viúvas e os órfãos estavam
entre as pessoas mais vulneráveis do povo de Deus, e tanto os profetas do A.T.
como os apóstolos insistiram para que se cuidassem deles de forma especial). Êxodo
22.22 a 24, Isaias 1.16 a 18 e Tiago 1.27. Sozinha, sem alguém para defendê-la
e contando já com certa idade, a viúva Levava grande desvantagem na luta pela
conquista de qualquer coisa. No entanto, sua condição de viuvez não foi mais
forte do que o seu espírito persistente. Ela se fortaleceu através da sua determinação
de atingir um alvo, e alcançou êxito. Sabemos que ela alcançou o que queria por
meio de sua persistência em bater na mesma porta até que se abrisse. A
palavra-chave aqui é: Fragilidade. Assim como a condição da viúva era de
fragilidade, a nossa também pode ser sob alguns aspectos. O que não podemos é
permitir que tais limitações nos impeçam de continuar Lutando (vemos a vida de
José, vendido como escravo aos 17 anos, mas com persistência e fé, aos 30 anos
era o segundo homem mais poderoso e respeitado em todo o Egito), (o paralitico
do tanque de Betesda esperou 38 anos pela sua cura, e a recebeu) e assim vemos
muitos outros exemplos. A nossa batalha é espiritual e não material. Portanto,
não permitamos que a aparente fraqueza física ou material apague a verdadeira
glória espiritual residente em nós. Precisamos prevalecer a despeito de nossas
fraquezas. Se na sua vida de oração você tem de lutar contra situações que lhe
fazem sentir-se frágil, fortaleça-se nas promessas de Deus seguindo o exemplo
dessa mulher, e prevaleça mesmo assim.
2 - Lucas 18.3, ela tinha um adversário – ela
buscava ajuda persistentemente porque tinha um adversário. Havia uma causa a
ser julgada e uma resistência a ser vencida. Veja que o grau de dificuldade vai
aumentando. Já não bastavam as dificuldades normais do dia-a-dia sendo uma
viúva, havia um agravante relacionado à realidade de um adversário. No entanto,
a presença de um inimigo não a intimidou na sua luta persistente. Como antes,
perseverou em bater na mesma porta até que se abrisse. A palavra-chave aqui é:
adversidade. Vemos Daniel orando e jejuando (Daniel 10.1 a 5). Assim como a viúva
possuía um adversário (hoje conosco não é diferente, também temos um adversário
que luta com todas as forças para nos derrotar), nós também precisamos
enfrentar corajosamente as situações que nos são contrárias, pois a Palavra de
Deus nos da garantia de vitória (Filipenses 4.13, Romanos 8.37, e muito mais). Compreendamos
a realidade dos adversários do lar, dos relacionamentos, do trabalho, dos
sonhos, do ministério, etc. Em todas as áreas da vida vamos enfrentar adversidades,
e por isso mesmo precisamos lutar, até que a vitória se manifeste. João 16.33 “Tenho-vos
Dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom
ânimo, eu Venci o mundo.”
3 - Lucas 18.2, ela estava diante de um juiz que não
temia a Deus nem respeitava os homens – viúva e lutando contra alguém
aparentemente mais poderoso, ela decide buscar Ajuda. Quando recorre à justiça,
depara-se com alguém sem temor a Deus, e conseqüentemente, sem amor ao próximo.
Aquele juiz não conhecia a compaixão divina que leva as pessoas a se Inclinarem
em favor dos outros. Sem o temor a Deus, ele também não estava preocupado em fazer
qualquer coisa pela viúva, pelo menos, para fugir da mão divina. No entanto, a
dureza de Coração daquele juiz e a sua falta de compaixão pelas pessoas, não
foram fatores desanimadores para aquela senhora que estava determinada a
vencer. A palavra-chave aqui é: dependência. Infelizmente, a viúva dependia de
uma pessoa que não temia a Deus nem respeitava os homens, mas que, no entanto,
atendeu seu pedido depois de algum tempo. Hoje, porém, de quem nós dependemos?
É claro que a nossa dependência é de Deus, um Deus bondoso e misericordioso que
tem prazer em nos ministrar (conferir,fornecer). (Mateus 6.26 “Observem as aves
do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai
celestial as alimenta. Não tem vocês muito mais valor do que elas?”) e (Mateus
7.11 “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos,
quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe
pedirem!”). Se ela conseguiu o que queria diante de um juiz iníquo, Quanto mais
nós que dependemos do Pai amoroso que nos socorre em nossas aflições.
4 - Lucas 18.4, ela precisou esperar e esperar, até
ser atendida – grandes foram as dificuldades. Agora ela teve de lutar contra o
tempo. O texto diz: “por algum tempo ele se recusou”. Muitas coisas poderiam
ter acontecido durante o tempo em que o juiz se recusou a socorrer a viúva. Ela
poderia ter desistido, abandonando a causa por achar inútil continuar esperando.
Ela poderia ter alimentado amargura contra o sistema iníquo que a prejudicava,
ou, simplesmente se encolhido em seu canto, acomodando-se à triste realidade do
triunfo da Injustiça (imaginemos se José tivesse tomado algumas dessas
atitudes, ele jamais seria o segundo em poder no Egito, jamais poderia ter
ajudado seu povo e com certeza teria se vingado de seus irmãos e o que é pior
de tudo com certeza teria perdido sua comunhão com Deus). No entanto, a demora
em receber a resposta não apagou o fogo da persistência em seu coração
guerreiro (tanto a viúva como José). Sabemos que ela continuou insistindo mesmo
contra qualquer evidência de que sua causa não seria julgada. A palavra-chave
aqui é: esperar. Assim como a viúva soube esperar sem desanimar-se, assim
também devemos nós fazer. O tempo não pode roubar a nossa Fé, nem levar embora
nossa esperança. Que o tempo, no entanto, possa apenas contribuir para fazer
com que as raízes da fé se aprofundem mais e mais no coração, até transformarem
nossos Sonhos em realidade. (Salmo 71.14 “Mas eu esperarei continuamente, e te
louvarei cada vez mais”).
Conclusão
Apesar de
nos sentirmos muitas vezes frágeis como a viúva, tendo diante de nós
adversidades a serem superadas, e tendo de perseverar mesmo quando se passa
muito tempo, no entanto, não estamos diante de um juiz iníquo que não quer nos
atender. Se ela conseguiu prevalecer mesmo diante de tantos fatores contrários,
muito mais nós, que buscamos justiça das mãos de um Deus que não tarda em
socorrer-nos. Precisamos nos lançar nos braços de Deus com confiança e de forma
perseverante.
A persistência diante de Deus não deve ser motivada pela
tentativa de convencê-lo a nos atender, como se tivéssemos recorrendo ao juiz
iníquo da parábola. Devemos ter a motivação de manter acesa a chama da fé que
nos leva a clamar, bater e insistir até que tudo se consuma. Veja que Jesus
termina a parábola dizendo assim: Lucas 18.8 “Digo-vos que depressa Lhes fará
justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”.
Portanto, a perseverança está relacionada à atitude de não desistir dos
Propósitos por incredulidade, desânimo ou dúvida.
A isso a Bíblia chama de fé.